São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996
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Silva mostra flora brasileira

JOÃO BITTAR
EDITOR DE FOTOGRAFIA

Murumuru, camu-camu, chichá, feijoa, guabiju, grumixama, jaracatiá, monguba, pindaíba, maçaranduba, mangostão, mama-cadela, abiu, barú, biribá e bilimbi são alguns dos nomes das frutas raras mostradas em "Frutas no Brasil", o quarto livro do fotojornalista Silvestre Silva, 50, e o segundo sobre as frutas brasileiras.
Silvestre, mineiro de Piedade do Paraopeba, silenciosamente tem buscado imagens de frutas em extinção pelo Brasil afora, tal um "Indiana Jones" da botânica.
São 15 anos de pesquisas, viagens por todas as regiões do país e uma dedicação religiosa a sua causa.
Para ter algumas dessas fotos, o autor apurou informações científicas que o levaram, por exemplo, a uma fazenda no interior de São Paulo, onde encontrou o que talvez seja o único pé de pindaíba do Brasil.
A árvore (da família da pinha ou fruta-do-conde) tem uma fruta avermelhada belíssima e saborosa e é tão rara que mesmo o Aurélio identifica a palavra como "falta de dinheiro". A polpa da fruta é fina e sem substância, e esta é provavelmente a origem da expressão.
Catálogo científico
Somente o aspecto da preservação da natureza já justificaria a publicação, mas Silvestre vai além: junto com Helena Tassara, autora dos textos que acompanham as imagens, nos oferece um verdadeiro catálogo, feito com a sensibilidade do artista que escolhe a luz ideal e que sabe identificar a oportunidade jornalística.
"Frutas no Brasil" aguça a curiosidade e convida o leitor a viajar por um país de pomar riquíssimo que nossos avós já contavam como lenda e persiste graças a obsessão de Silvestre. Como bom mineiro, ele continua curioso pelo que está atrás da montanha.

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