São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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Falta velocidade às sentenças

ESPECIAL PARA A FOLHA

A crise do Judiciário é um consenso. E o grande problema não é a demanda, é a oferta: não se produzem sentenças com a velocidade que a sociedade deseja.
A avaliação foi feita por Joaquim Falcão, professor de direito constitucional da Universidade Federal do Rio de janeiro, durante o seminário internacional Direitos Humanos, Globalização e Pobreza.
"Essa situação provoca insatisfação. O resultado é que, nas camadas mais pobres da população, as pessoas acabam criando instâncias alternativas de resolução dos conflitos. E a imprensa acaba, de certa forma, respondendo ao sentimento de Justiça que não é satisfeito pelo Judiciário", afirma.
Segundo Falcão, prevalecem dois modelos de proposta para reforma do Judiciário.
O primeiro é um modelo quantitativo, de expansão de serviços: mais comarcas, mais funcionários, mais orçamento etc.
O segundo é um projeto de aperfeiçoamento e reinvenção do Judiciário.
No modelo quantitativo, reforçam-se o monopólio do Poder Judiciário, a cidadania passiva, a reserva de mercado (mais poder para os advogados e Ministério Público) e o compromisso com a legalidade.
O segundo modelo admite a diversificação profissional e o pluralismo e incentiva a cidadania ativa.
O professor lembra que o cidadão -usuário do Judiciário- ainda não foi consultado sobre os projetos de reforma em discussão.

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