São Paulo, domingo, 1 de dezembro de 1996
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Ex-atleta de vôlei se torna goleiro titular do Guarani

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O goleiro Hiran Spagnol, 25, titular da equipe do Guarani no Brasileiro, foi uma promessa do vôlei nacional no final dos anos 80.
A carreira como goleiro começou há quatro anos, no Linhares, da cidade de mesmo nome, no Espírito Santo, onde nasceu, em 71.
Até descobrir sua vocação ("estragar a alegria da torcida adversária"), Hiran experimentou outros esportes. Além do vôlei tradicional, jogou vôlei de praia.
Sua primeira experiência foi na escolinha de futebol do Cruzeiro, em Belo Horizonte. Dos 12 aos 15 anos, tentou se firmar como atacante. Para se manter, teve a ajuda de um irmão, com quem morava.
A experiência não deu certo, e ele voltou ao Espírito Santo. Passou a disputar competições de vôlei de praia e de vôlei de quadra.
Em 87, recebeu convite para jogar no Fiat-Minas. Chegou como infanto-juvenil e, em 1989, já jogava no time principal. No ano seguinte foi campeão mineiro, mas, em seguida, abandonou o esporte.
Salário
O motivo foi dinheiro. "No Fiat, era titular, mesmo juvenil. Mas ganhava pouco, menos que os outros. Achei que não havia futuro."
Mas foi no vôlei que aprendeu com o técnico sul-coreano Young Wan-Sohn técnicas que o ajudaram na profissão que só iria seguir dois anos depois: ser goleiro.
"Ele dava ênfase aos treinos de defesa. Naquela época, aprimorei a técnica de defesa no chão."
Seu início como goleiro, em 92, foi casual. Ele nunca havia disputado uma partida oficial, mesmo amadora, na posição. "Por causa da altura, fui convidado para fazer um teste no Linhares, onde o diretor era meu amigo. Passei e fiquei."
Hiran ficou um ano no banco de reservas. No ano seguinte, virou titular, e o Linhares ganhou o Campeonato Capixaba. Na Copa do Brasil de 1994, foi destaque do time que eliminou o Fluminense.
Em seguida, o Guarani o contratou. Nesses dois anos, só agora tornou-se titular absoluto. No começo, tinha a sombra do ex-juvenil Pitarelli. No segundo semestre de 1995, o clube contratou o goleiro uruguaio Leo, e, no início deste ano, o brasileiro Paulo César.
Pediu para ser negociado. "O São Paulo quis meu passe, a Portuguesa me queria emprestado, mas o Beto Zini não deixou."
O resultado é que brigou com o presidente do Guarani e ficou quatro meses parado, sem salário.
"Pensei em largar tudo. Ainda bem que não fiz. No ano que vem, quero jogar num clube grande."

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