São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
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Copperfield vai à Broadway e vem ao Brasil

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

David Kotkin se transformou em David Copperfield há 22 anos, ao adotar como nome artístico o título de um livro de Charles Dickens.
Mas a vocação para a magia se manifestou na infância. Ele aprendeu com o avô o segredo dos truques com cartas e, aos 12 anos, começou a fazer shows em sua cidade natal -Metuchen, Nova Jersey.
Copperfield, 40, acaba fazer sua estréia na Broadway, em Nova York. Em junho, ele se apresentará no Brasil, com um espetáculo bastante parecido. Na sexta-feira, no intervalo entre dois shows, Copperfield deu entrevista à Folha. A seguir, os principais trechos:
*
Folha - Em quais aspectos esse show é diferente dos anteriores?
David Copperfield - Esse show é muito pessoal. As ilusões têm significado pessoal para mim: história da minha vida, sonhos que eu tive, pesadelos que eu tive.
Folha - E em que esse show é diferente do que irá ao Brasil?
Copperfield - É muito parecido. Vai depender do tamanho dos locais de apresentação.
Folha - Como o sr. prepara um show?
Copperfield - Eu estou sempre desenvolvendo novas ilusões. Estou sempre achando coisas que podem ser desafiadoras. No Brasil, eu vou estar me preparando para um especial para a TV. Então estarei desenvolvendo novas ilusões lá.
Folha - Que tipo de estudos o sr. faz para desenvolver um número?
Copperfield - Eu procuro por inspiração em todos os lugares. Em aviões, revistas, galerias de arte, filmes. É o mesmo que um diretor, um compositor, um autor, todos procuram por alguma coisa que os deixem excitados.
Folha - Qual é seu truque favorito?
Copperfield - Provavelmente voar, porque várias pessoas compartilham esse sonho.
Folha - E quando foi a primeira vez que o sr. "voou"?
Copperfield - Há seis anos. Mas eu trabalhei por sete anos antes de começar. É um longo processo de desenvolvimento.
Folha - O sr. se irrita com o fato de as pessoas tentarem descobrir como os truques são feitos?
Copperfield - As pessoas são curiosas, mas realmente não querem saber, elas gostam da fantasia.
Folha - Há uma série de pessoas envolvidas na produção de seu trabalho. Como o sr. mantém o segredo sobre seus truques?
Copperfield - Eles assinam contratos nos quais se obrigam a manter segredo. Se eles falam alguma coisa, nós os matamos (risos).
Folha - O sr. se lembra de alguma coisa de quando esteve no Brasil?
Copperfield - Lambada era a novidade da época. Gastei um bom tempo com pessoas tentando me ensinar a dançar lambada...
Folha - O sr. também está escrevendo (ele tem um conto nos dois volumes de "Histórias do Impossível"). Como é essa experiência?
Copperfield - Eu gosto muito de escrever. É muito difícil. Eu reescrevo muitas e muitas vezes, eu sou bastante perfeccionista.

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