São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
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'Problema pareceu improcedente'

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao ser procurado pela Folha para comentar a polêmica em torno de seu mais novo projeto, o arquiteto Oscar Niemeyer preferiu se manifestar por meio de um depoimento.
Ele argumenta que outras duas obras suas na região da praça dos Três Poderes -o Espaço Lúcio Costa e o anexo do Supremo Tribunal Federal- foram projetadas de forma a não prejudicar o conjunto arquitetônico do local.
A seguir, a íntegra do depoimento.
(FG)
*
"Urbanismo e arquitetura são órgãos independentes, mas que devem se entrosar com unidade.
Quando projetei o monumento ao Tiradentes, depois substituído pelo Panteão, consultei o urbanismo; quando desenhei e sugeri ao governador José Aparecido de Oliveira o Espaço Lúcio Costa, previ sua construção em subsolo para não prejudicar a boa relação de volumes e espaços livres daquela praça.
Quando elaborei o projeto do anexo do Supremo, fiz o bloco principal em curva, para visualmente protegê-la.
Mas no caso do edifício-sede da Procuradoria da República, essas preocupações não me envolviam. A construção prosseguia na direção do anexo do Supremo, longe daquela praça. E como a área não tinha gabarito fixado, achei correto seis pavimentos.
Agora, com o projeto todo detalhado, inclusive estrutura e serviços técnicos, com empreiteiro na obra etc, levantam dúvidas sobre sua interferência com a praça dos Três Poderes.
O Iphan, como era esperado, se manifestou a favor da Procuradoria. E o problema me pareceu tão estranho e improcedente que dele me recuso a participar.
Com sua decisão, o patrimônio (Iphan) fechou a questão."

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