São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996 |
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CPMF é "desastre", afirma Dornelles Para o ministro, governo deveria desistir DA SUCURSAL DO RIO O ministro da Indústria, Comércio e Turismo, Francisco Dornelles, definiu ontem como "um desastre" a entrada em vigor em janeiro da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).Segundo Dornelles, serão "muito negativos" os efeitos da CPMF sobre as Bolsas de Valores e o mercado de capitais. "A CPMF é arbitrária, retrógrada e uma das coisas mais atrasadas do circuito tributário do mundo", afirmou o ministro durante palestra promovida no Rio pelo Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros). Dornelles previu que haverá transferência de investimentos para Bolsas de Valores e mercados estrangeiros. "Nossa Bolsa vai para Nova York", disse. O ministro afirmou ter esperanças de que o Ministério da Fazenda reestude a decisão de implantar a CPMF. "O ministro da Fazenda (Pedro Malan) é um dos economistas mais competentes do país. O Banco Central tem uma equipe de primeiro gabarito. Eles saberão medir o reflexo da CPMF no funcionamento das Bolsas de Valores", disse Dornelles. Para o ministro, a cobrança da contribuição sobre movimentos financeiros é "incompatível com o regime de estabilidade econômica". Dornelles afirmou que a CPMF é uma "incidência que não convive bem com taxas de inflação reduzidas". "Todas as vezes em que se tem inflação de 40%, 50% ao mês, ele (o imposto) desaparece. Agora, quando você tem taxas de inflação como a brasileira, que estão abaixo de 1%, a CPMF é realmente um peso", disse o ministro. Com a cobrança da contribuição a partir de janeiro, as Bolsas de Valores e mercados financeiros do Brasil ficariam em desvantagem em relação a outros países onde não existem taxações, de acordo com a análise do ministro. Dornelles disse que os "investimentos maciços" de estrangeiros no Brasil nos próximos anos poderá ser prejudicada pela taxa. Exportação O ministro anunciou a intenção do governo de diversificar a lista dos produtos brasileiros vendidos para fora. "Vinte e cinco produtos representam metade das nossas exportações. Estamos lançando pólos de exportação para que pequenos e médios empresários participem", disse Dornelles. O objetivo, afirmou o ministro, é criar no Brasil "uma mentalidade de exportação". Texto Anterior: Governo vai propor órgão regulador Próximo Texto: Gasolina pode subir 9% a partir de maio de 97 Índice |
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