São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Salário maior e canal de TV são promessas na Câmara
LUCIO VAZ
As promessas foram feitas durante debate promovido na noite de anteontem, para um grupo de 50 deputados, pelo chamado Movimento Consciência Política. Participaram os candidatos Michel Temer (PMDB-SP), Prisco Viana (PPB-BA) e Wilson Campos (PSDB-PE). Reeleição A posição em relação à reeleição presidencial foi o diferencial entre os candidatos. Temer declarou-se favorável à proposta, inclusive para Fernando Henrique Cardoso. Prisco disse que é contra e Campos afirmou que não tem posição definida. Em comum, os candidatos prometeram melhores condições materiais de trabalho, com mais verbas para os gabinetes, e maior participação do chamado "baixo clero" nas decisões da Casa. Temer foi enfático: "As condições materiais dos gabinetes são insuficientes, os salários (R$ 8.000) são insuficientes". Mas ressalvou que só poderá haver aumento se for elevado o teto do funcionalismo público. "Se o teto for de R$ 10,8 mil, os salários vão atingir isso", disse o líder do PMDB. Em seguida, lembrou: "Virão críticas da imprensa. Mas vamos fazer um remanejamento para usar melhor as verbas da Câmara". TV Temer também defendeu a implantação de uma emissora com transmissão por TV paga para a Câmara. "A imprensa procura a notícia. E quem dá a notícia são os líderes. Precisamos de um veículo nosso, para mostrar o plenário, as comissões", afirmou. Prisco seguiu a mesma linha: "A questão dos subsídios tem de ser enfrentada de frente. É preciso dizer quanto custa para ter um deputado independente, quanto custa a democracia. Tudo tem preço". Campos prometeu mais acesso dos deputados à gráfica do Senado: "Se eu chegar à presidência, os deputados terão uma posição isonômica em relação ao Senado". Também prometeu uma "TV a cabo" e "gabinetes melhores". Direitos Os candidatos debateram sem saber da presença da imprensa. A Folha acompanhou com exclusividade o debate, realizado na residência do deputado Wigberto Tartuce (PPB-DF). Um dos deputados criticou reportagens que mostraram que Tartuce mantém nove funcionários na sua casa com salários pagos pela Câmara. Temer saiu em defesa do anfitrião. "O deputado tem o direito de manter o funcionário aqui, no Estado, ou secretária na sua casa. Houve exagero na notícia. Liguei hoje (anteontem) e me solidarizei com o deputado", disse Temer. Prisco disse que a Câmara está hoje "automaticamente atrelada" ao Executivo: "Estamos na fase de maior desgaste do deputado. A Câmara precisa recuperar o sentimento de poder. Há um sentimento de inutilidade". Texto Anterior: Violência consentida Próximo Texto: Parlamentar aprova ITR, segundo Contag Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |