São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Lágrimas sem fim

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo Maluf e FHC parecem estar em concurso para ver quem se expõe mais, quem se debulha mais em público, populistas publicitários que ambos são.
Começou com o prefeito, chorando em cadeia de televisão, com direito a sons patéticos, na última propaganda de Celso Pitta.
Depois o presidente, nos telejornais, admitindo com dificuldade que chorou ao encontrar-se com um líder negro da África do Sul.
Agora é Maluf outra vez, levantando o rosto para as câmeras e os flashes, e entrando pelas manchetes:
- Maluf chora na convenção do PPB ao lembrar do seu passado político.
- Diante dos correligionários, o prefeito de São Paulo chega a chorar.
Sem entrar no mérito do passado político do prefeito, que bem merece as lágrimas, é muito cedo, na campanha, para escorregar tão seguidamente pelo ridículo.
Quanto mais em meio à derrota. Acaba ouvindo, de pelo menos um deputado, que não vai comover ninguém "apenas com lágrimas".
*
- O governo anuncia: a inflação deve ficar abaixo de 10% este ano.
- 96 pode fechar com a inflação mais baixa dos últimos 40 anos.
FHC reage. Quem não tem "obras de visibilidade" vai levando com o Plano Real, pelo menos até reunir alguma ação administrativa de maior potencial publicitário.
*
A histeria nos supostos crimes contra crianças ameaçava atingir níveis belgas, quando acordaram. Ontem surgiam registros diversos:
- Reviravolta no caso do garoto que ficou três anos sequestrado. A polícia começa a duvidar da história...
Antes, durante a madrugada, os supostos sequestradores apanharam e estiveram bem perto de morrer.

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