São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Testemunha contradiz versão sobre sequestro

Agricultor depôs ontem e disse que menino não parecia preso

DA FT; DO NP

Um novo depoimento contradiz a história do garoto Daivyson André da Silva, 13, que foi levado de casa e voltou depois de dois anos e seis meses.
Ele afirma ter sido mantido em cativeiro durante todo o tempo.
Anteontem Dayvyson fugiu da casa abandonada, na estrada da Olaria, no Núcleo Santa Cruz em São Bernardo do Campo (ABCD Paulista) e acusou Gelvan Joaquim da Silva, 30, de ser o autor do suposto sequestro.
Segundo o garoto, Gelvan o forçou com uma faca a acompanhá-lo ao local em que ficou preso. Nesse período, Daivyson teria ficado constantemente amarrado. Ontem, depoimento do agricultor Geraldo da Silva, no 3º DP de São Bernardo do Campo (ABCD), rebateu as afirmações de Daivyson.
O agricultor conta que contratou Gelvan como caseiro de sua chácara no 1º semestre de 95. Geovan e Dayvson teriam trabalhado e morado durante sete meses na propriedade, no Jardim Colina.
No depoimento, o dono da chácara afirma que pediu referências e soube que Geovan e o garoto já haviam trabalhado durante um ano em outra chácara da região. "A relação dos dois era de pai e filho", afirmou Luiz da Silva.
Ele também afirmou que Geovan não maltratava a criança, mas às vezes dava uma "chinelada".
Segundo o delegado Gerson Peranovich, mais quatro testemunhas iriam depor ontem. "É difícil imaginar que Daivyson tenha ficado amarrado durante tanto tempo e não tenha fugido antes", disse.
Se ficar comprovado que não houve sequestro, Geovan poderá conseguir liberdade provisória.
Ele responderia então a inquérito por subtração de incapaz (rapto com o consentimento da criança). O crime não é considerado hediondo e tem pena de um a dois anos de prisão.
O advogado Nélson Rocha Jr. está colhendo dados que, segundo ele, mostram que a história de Deivyson, que diz ter sido maltratado, é mentira.
Rocha Jr. vai defender Geovan Joaquim da Silva, 30, e Amarildo Batista Fernandes, 31, que foram presos, acusados de sequestro. Os dois negam culpa.

* Colaborou o NP

Texto Anterior: O caso Abílio Diniz
Próximo Texto: Consumidora reclama de atendimento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.