São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Exportador poderá contratar 2 créditos

Linhas são BNDES e ACC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central permitiu aos exportadores de bens de capital contrair financiamentos junto a bancos privados e, ao mesmo tempo, usar a linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Antes, os exportadores de bens de capital (máquinas e equipamentos para a produção) tinham de optar entre uma coisa e outra.
Ou seja, quem tomasse financiamento junto a bancos para custear a produção não podia obter outro empréstimo no BNDES para financiar a venda ao exterior desses mesmos produtos.
Com a medida, o governo espera incentivar as exportações -a principal preocupação da equipe econômica no momento.
O governo já anunciou uma série de medidas com objetivo de tirar esses números do vermelho, como linhas de crédito a importadores no exterior e um seguro para as exportações.
Em julho, foi adotada uma medida semelhante à anunciada ontem -só que daquela vez foram compatibilizados os financiamentos à produção de bens de consumo com as linhas de financiamento para a venda desses produtos.
Agora, o alvo do governo são os bens de capital. As empresas brasileiras estavam encontrando dificuldades para competir no mercado internacional, onde existem linhas de crédito que financiam a exportações de bens de capital em prazos maiores.
Circular
A mudança foi feita por meio de uma circular do BC, que compatibiliza o ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio) à linha de financiamento do BNDES.
O ACC é um instrumento que as empresas usam para financiar a produção de bens destinados à exportação.
Ao fechar um contrato de exportação, a empresa brasileira apresenta esse documento a um banco e consegue um financiamento -o chamado ACC.
O ACC tem prazo de 180 dias. Quando o produto é exportado, o ACC pode ser prorrogado por outros 180 dias.
A circular do BC fez alterações nesse procedimento que, na prática, vão permitir que o pagamento dos recursos tomados sob forma de ACC seja prorrogado por prazo de oito a dez anos.
Para tanto, o exportador poderá tomar empréstimo do BNDES e fazer uma triangulação que permite prorrogar o ACC por esse período.

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