São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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Inflação em 97 pode ser de 5%, diz Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação de São Paulo voltou a surpreender em novembro. Prevista inicialmente para até 1%, ficou em apenas 0,34%, abaixo do 0,58% de outubro.
As surpresas não param por aí. Sendo dezembro um período de pouca pressão, a taxa do mês deve ficar próxima a zero. Com isso, o acumulado do ano, pela primeira vez desde 1950, ficaria abaixo de 10%. Em 1950, foi de 3,59%.
Além disso, em 1997, a taxa anual poderá ficar em apenas 5%, a menor em 46 anos. A previsão é da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que pesquisa, no município de São Paulo, preços de bens e serviços consumidos por famílias com renda de até 20 salários mínimos (R$ 2.240).
Para Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, passadas as pressões dos reajustes das tarifas, a taxa de inflação começa a ficar em patamares estáveis e baixos, tendência que deve se repetir no próximo ano.
A taxa de inflação dos últimos três meses foi de 0,99%. Nos 29 meses do Plano Real, a inflação média mensal é de 1,64%.
A inflação do Real acumula 60,1%. A pressão vem principalmente de serviços, setor que já perdeu fôlego nos reajustes.
A liderança é do setor de habitação, com reajuste de 125,3% no período. O aluguel (alta de 517,9%), foi o item que mais subiu.
Já o reajuste com educação atingiu 95,6% para os paulistanos no Real, enquanto os gastos com saúde subiram 87,9%.
Dois setores estão com reajustes bem inferiores aos da inflação média: vestuário e alimentação. Os preços no setor de vestuário estão hoje apenas 3% acima dos praticados no início do Plano Real, enquanto os alimentos subiram 37,1%.
Demanda menor
A previsão de alta em novembro não se concretizou porque a demanda não foi tão acentuada quanto o previsto. Com isso, o repasse de novas margens, principalmente no setor de bens duráveis, não se sustentou, diz Heron.

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