São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996 |
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Os galos tecem a manhã do futebol
MATINAS SUZUKI JR.
Além disso, o ó, Minas Gerais! e o centro de tradições gaúchas do futebol lembram que estes são Estados que costumam se dar bem no grande torneio nacional. Uai e tchê. Neste quesito, vantagem para o Atlético (campeão, o galo colocaria dois mineiros na Libertadores, em 97) e para o black and blue gremista. Apesar disso, encantada pela dupla Lúcio e Rodrigo, a novidade é o sertão de Goiás e a novidade é a franqueza da casa portuguesa, representando a necessária descentralização. * Fabulações para a fabulosa: A) Não é de hoje que Candinho faz candidamente um bom trabalho no Canindé. Mas, só Deus sabe a razão, seu trabalho foi descontinuado. B) Ninguém dá muita bola para ele. Mas o Caio, há tempos, é o fiador da bola por lá. Caio é só um dos jogadores brasileiros mais eficientes das últimas temporadas, pois, pois. Ou, como diria o são-paulino Zé Simão, o futebol do Caio é básico. E fundamental. * Atlético, Goiás, Grêmio e Portuguesa estão nas semifinais de fato e de direito. Mas eu não deixarei de insistir: o torcedor brasileiro -isto é, a sociedade brasileira- não pode aceitar mais o embuste dessa fórmula absurda com a qual o Campeonato Brasileiro de 1996 foi disputado. * A crise financeira (não só) dos times cariocas leva a uma pergunta que ninguém quer fazer: há espaço para tantos times em uma mesma cidade? Tudo indica que não. A modernização do futebol nacional passará, obrigatoriamente, pela redução do número de times. A miséria da grande maioria dos jogadores é um dos indicadores seguros. Não há mercado para todo mundo. Mas quem quer enfrentar essa realidade? * Barça e Madrid: jogo do ano. * A derrota, em Milão, para o Rosenberg, da Noruega, e a consequente eliminação da Copa dos Campeões, mostra que o trabalho de Arrigo Sacchi, na sua volta ao Milan, será longo e trabalhoso. * Alô, alô, Lancellotti, dá para explicar o sucesso do Vicenza? * Com o galo mineiro cantando hoje no puleiro do Morumbi, com o Gallo ciscando no terreiro da lusinha do Jorge Cafu Caldeira e do Flavio Gomes, e com o galinho Footix, símbolo do França-98, a época não está para galinha morta. Como se vê, todos os galos estão tecendo a manhã, como quer o poeta João, aquele que não gosta de música, mas gostava do Ademirável da Guia. * Hélio Moreira da Silva, gentilmente, envia para esta coluna mais informações sobre Hebert Chapman, o britânico revolucionário do futebol. E aproveita a fase literoludopédica desta prainha aqui para informar que sai, em janeiro, pela editora Globo, o seu "Gol de Letra - A Enciclopédia do Futebol", com mais de 8.000 verbetes sobre o que ele chama de "o mais democrático e perfeito esporte do mundo". Texto Anterior: Portuguesa 'navega nas ondas médias' Próximo Texto: Para poucos e bons Índice |
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