São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996
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NOVAMENTE, AS CHUVAS

O mês de dezembro começou com várias amostras de um problema antigo e de difícil solução para a cidade de São Paulo. O início da estação de chuvas já revelou que as enchentes deverão novamente causar seguidos transtornos à população paulistana.
As inundações são hoje um desafio para qualquer grande cidade do mundo, principalmente para as localizadas em regiões de altos índices pluviométricos. Com a progressiva impermeabilização do solo que a ocupação urbana acarreta, é praticamente impossível evitar que fortes chuvas resultem em enchentes.
Diante dos inevitáveis danos que as tempestades tropicais causam a São Paulo e a outras cidades brasileiras, as autoridades têm a obrigação de tornar o ambiente urbano menos vulnerável a tais intempéries. No caso da capital paulista, urge tornar mais eficiente o seu sistema de escoamento das águas. Em linguagem mais clara, é preciso deixar a cidade mais limpa, com menos detritos nas ruas e com bueiros desobstruídos.
O secretário municipal de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, admitiu o que se constata diariamente: São Paulo está, como ele mesmo registrou, "imunda", avaliação corroborada pelo próprio prefeito eleito, Celso Pitta. Barros criticou as administrações regionais pelo resultado ruim dos serviços de limpeza.
Se as próprias autoridades admitem sua ineficiência num serviço básico que aliviaria muitos dos transtornos causados pelas chuvas, é de se esperar que os próximos meses serão novamente marcados por inundações, aliadas a um trânsito caótico.
Seria ingenuidade acreditar que as enchentes podem ser totalmente vencidas com obras, mesmo que em alguns pontos da cidade elas sejam essenciais para solucionar o problema -como no caso do "piscinão" construído no Pacaembu. Mas medidas simples, como limpeza das ruas e bueiros e uma melhor organização do trânsito, podem reduzir em muito as dificuldades por que passa o paulistano nessa época do ano.

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