São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
População cobra 'decência' dos políticos, afirma FHC Em Goiânia, presidente discursa sobre moralidade pública WILLIAM FRANÇA
Apesar de não ter citado explicitamente as denúncias de extorsão contra o líder do PTB na Câmara, deputado Pedrinho Abrão (GO), FHC usou, por quatro vezes e em momentos diferentes, a argumentação de que é necessário para um governo ter, antes de tudo, moralidade na administração. No único momento que se dispôs a responder sobre o escândalo na Comissão Mista do Orçamento, o presidente disse que essa era "uma questão localizada", mas que não queria comentar o tema. Nova mentalidade "Hoje, o Brasil é um país que voltou a crer nele próprio, que já não tem mais a inflação. É um país que tem decência na administração. Isso vai continuar assim, isso é fundamental", afirmou FHC, em entrevista. Antes, durante discurso feito às margens da BR-060 ao descerrar uma placa comemorativa à duplicação da rodovia no trecho Anápolis-Goiânia-, Fernando Henrique disse que hoje o que se cobra de um político é decência. "(O Brasil) é um outro país, que espera porque tem confiança, que não cobra de nós a cada instante o que não podemos dar, mas cobra, sim, decência", disse. Como exemplo "da nova mentalidade", citou as mudanças no financiamento da casa própria. "Agora, com a carta de crédito, é o consumidor quem vai poder escolher onde vai morar, não é a grande empreiteira que toma dinheiro emprestado e depois vai à falência e não paga ou fica com casas que ninguém quer usar." Mais uma vez, o presidente defendeu a probidade pública. "Se o governo perder a decência, aí o povo perde a esperança e perde a paciência. Se o governo tiver decência -como tem-, o povo tem paciência e espera o tempo necessário para que nós plantemos e ainda possamos colher." No palanque de FHC, o grande ausente foi Pedrinho Abrão. Havia políticos de todos os partidos -ninguém saiu em defesa do conterrâneo. Na sua fala ao deixar a cidade, FHC disse novamente que "o povo sabe hoje que tem governos que são governos honrados". "Se não fosse honrado, o povo estaria inquieto. Agora não, o Brasil está calmo", afirmou. Texto Anterior: Divagações de campanha Próximo Texto: PTB se isola, dizem aliados Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |