São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996 |
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'Rei' faz cover de si mesmo
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Mas por que ousar se, a cada ano, seu disco chega às lojas com 1 milhão de cópias já vendidas? Por isso, o "rei" comprova que continua sendo o melhor cover de Roberto Carlos que já pisou nos palcos. Quem gosta de surpresas na vida deve passar longe do Olympia, onde Roberto Carlos apresenta o show "Amor". Ele nunca sai do roteiro "Roberto Carlos" de ser. Iria desagradar aos fãs e, provavelmente, aos críticos. O show tem três partes básicas: a romântica, a jovem guarda e a religiosa. Um dos clichês preferidos é dizer que apenas o material dos anos 60 e 70 é aproveitável. Não deixa de ser verdade. Do material mais recente, "Alô" -que poderia perfeitamente ter sido gravada pelo Roupa Nova- talvez seja a música mais ousada gravada por Roberto. O que não é indicativo de qualidade ou de modernidade. A sequência dedicada às mulheres faz sucesso com o público feminino. Mas só ali. É duro ouvir versos do tipo "coisa bonita, coisa gostosa/quem foi que disse que é preciso ser magra para ser formosa". A recente homenagem às mulheres de 40 mantém o nível. Mas há clássicos irretocáveis. Como as comoventes "Detalhes" e "Outra Vez". A ótima parte dedicada à jovem guarda é lamentavelmente reduzida. Roberto Carlos é um grande cantor. A banda é ótima e bem azeitada. E o som tem uma qualidade rara. O "rei" reflete o gosto e mentalidade de parcela da população. O retrato de um público pouco ousado e conservador. Um público que aplaude, canta e grita até no comercial da Nestlé, estrelado pelo cantor e exibido antes do show. Um público que se acotovela diante do palco para apanhar uma rosa atirada pelo cantor no final do espetáculo. É um público especial. Afinal, não é em qualquer show que uma senhora pra lá de quarentona atende o telefone celular aos berros. "Amaral, sabe onde eu estou? No meio do show do Roberto Carlos". Aonde mais ela poderia estar? Show: Amor Artista: Roberto Carlos Onde: Olympia (r. Clélia, 1517, Lapa, região oeste, tel. 011/252-6255) Quando: hoje e dia 14, às 22h30, dias 10 (gravação do especial de fim-de-ano da Rede Globo) e 16 às 22h, dias 12 e 15 às 20h30 Quanto: R$ 40 a R$ 90 e R$ 40 a R$ 110 (terça-feira, dia 10) Texto Anterior: Maria Bethânia inunda o palco de voz e poesia Próximo Texto: Curador de Cuenca procura brasileiros Índice |
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