São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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Curador de Cuenca procura brasileiros

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O curador equatoriano René Cardoso Segarra está no Brasil, até amanhã, por dois motivos. O primeiro é a nossa Bienal, que termina amanhã no parque Ibirapuera. O segundo é a Bienal dele, em sua 5ª edição, que acontece até 31 de janeiro em Cuenca.
Uma é totalmente diferente da outra. Enquanto a primeira trata da desmaterialização da arte e consequente ocupação de novos espaços, físicos e conceituais, a segunda aposta na pintura e na discussão da bidimensionalidade, com a peculiaridade de se restringir às três Américas.
"A Bienal de Cuenca abre espaço para a pintura. Outras, como a de São Paulo e a de Havana, atendem à tridimensionalidade. É importante ver como anda a pintura em dias de ruptura dos espaços", disse Segarra.
A seleção dos artistas para a Bienal de Pintura de Cuenca é feita por uma comissão do evento, que recebe material de assessores nomeados em cada país.
"Eles não são os curadores pois não têm o critério da seleção final. Eles nos enviam toda a documentação dos artistas. Mas essa não é a única fonte de informação, temos contatos com artistas, críticos, galerias, museus e instituições. A organização em Cuenca é que tem a última palavra sobre os representantes nacionais de cada um dos países", disse.
O número de artistas de cada país depende das informações que a bienal recebe. "Me atrevo a dizer que a Bienal de Cuenca é um reflexo de como os governos funcionam e da importância que dão às suas políticas culturais". Este ano, 25 países participam da bienal.
Segarra destaca nesta edição de Cuenca a presença forte de uma neofiguração, com signos religiosos, busca das raízes pré-hispânicas e indígenas ancestrais e arqueologias pessoais do artista.
Prêmios A Bienal de Pintura de Cuenca trabalha com um sistema de premiação. Este ano foram premiados Ernesto Zalez, da Venezuela (obra "Execración", com US$ 30 mil); Marcos Restrepo, do Equador (US$ 15 mil); e Jose Morales, de Porto Rico (US$ 10 mil).
Também foram concedidas menções honrosas a Roberto Bethônico (Brasil), Marie Helene Cauvin (Haiti), Maria Tereza Louro (Brasil) e Rosa Irigoyen (Porto Rico). O brasileiro Alexandre Nobrega ganhou uma menção especial.
Os artistas brasileiros podem entrar em contato direto com a Bienal de Cuenca pelo fax 00 593 7 831-879. Também podem escrever para a Bienal de Pintura de Cuenca: Apartado postal 01011197, Cuenca, Equador.
(CF)

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