São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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Companhia de Paul Taylor faz intercâmbio

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Depois de participar do Carlton Dance Festival de 1992, a companhia de dança de Paul Taylor está de volta ao Brasil para uma curta temporada, somente neste fim-de-semana, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Nascido na Pensilvânia em 1930, Paul Taylor estudou com três precursores da dança moderna norte-americana: Martha Graham, Doris Humphrey e Jose Limón. A partir de 1954, quando formou seu grupo, tornou-se um dos coreógrafos mais influentes e férteis de sua geração.
As mais de cem peças de seu repertório se destacam pela musicalidade, inventividade coreográfica e o senso de humor.
Integram o programa que está sendo apresentado no Rio as peças "Airs" (de 1978), "Dust" (1977), "Offenbach Overtures" (1995), "Brandenburgs" (1988) e "Polaris" (1976).
Sem a presença de Taylor, o elenco está no Brasil para realizar um intercâmbio com o Ballet do Teatro Municipal do Rio, que a partir de 1997 estará incorporando uma das peças do coreógrafo a seu repertório.
Na história americana, Taylor já é considerado o autor do mais rico repertório depois de Balanchine. Seu elenco, de onde saíram nomes como Twyla Tharp e David Parsons, também já incluiu o brasileiro João Maurício, que se desligou recentemente da companhia, depois de nela se destacar durante boa parte dos anos 80.
Em 1993, Taylor fundou uma segunda companhia, voltada para uma nova geração de bailarinos, com o objetivo de preservar o legado do coreógrafo.
Embora não possa ser considerado um revolucionário, como Merce Cunningham, Taylor criou um estilo próprio, baseado no valor intrínseco do movimento, que ele ele soube cultivar com frescor.
Na juventude também revelou talento para o desenho e a pintura. Mais tarde, quando já brilhava como bailarino em Nova York, conviveu com mestres como Jasper Johns e Robert Rauschenberg, que no início dos anos 50 chegou a criar cenários para uma de suas primeiras coreografias.
Hoje, colecionando prêmios e honrarias internacionais, continua cedendo obras para grandes companhias, além de manter em plena atividade o próprio grupo.
Programa brasileiro
Sob direção de Emílio Kalil e do bailarino francês Jean-Yves Lormeau, da Ópera de Paris, o Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro está preparando um programa assinado por vários coreógrafos brasileiros, cuja estréia está prevista para abril de 1997.
A seu repertório eminentemente clássico o grupo promete acrescentar a diversidade da dança contemporânea brasileira por meio de obras de Deborah Colker, Lia Rodrigues, Regina Miranda, além de uma remontagem de "Prelúdios", que projetou Rodrigo Pederneiras, do Grupo Corpo, em 1985.

Espetáculo: Paul Taylor Dance Company
Onde: Teatro Municipal do Rio de Janeiro (pça. Floriano, s/nº, tel. 297-4411)
Quando: hoje às 21h e amanhã às 17h
Ingressos: R$ 5 a R$ 25

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