São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mais 3 acusados de chacina são julgados

DA SUCURSAL DO RIO

Começa às 13h de hoje o julgamento de mais três acusados pela chacina da Candelária. Ao contrário do que aconteceu nos dois júris anteriores, os réus têm boas chances de absolvição.
Sete jurados sorteados entre 21 homens e mulheres inscritos no 2º Tribunal do Júri do Rio decidirão a sorte do serralheiro Jurandir Gomes de França e dos policiais militares Marcelo Ferreira Cortes e Cláudio Luiz Andrade dos Santos.
A previsão de advogados e promotores é a de que o julgamento terminará amanhã de manhã.
A chacina da Candelária ocorreu na madrugada de 23 de julho de 1993. Cerca de 50 meninas e meninos de rua dormiam sob marquise perto da igreja da Candelária (centro do Rio) quando pelo menos quatro homens atiraram contra eles. Cinco meninos morreram no local. O líder dos menores, conhecido pelo apelido de Come Gato, morreu dias depois no hospital.
O mesmo grupo de chacinadores capturou na rua Dom Gerardo (centro) dois meninos de rua e o mendigo Wágner dos Santos, à época com 21 anos.
Os menores foram morto a tiros perto do MAM (Museu de Arte Moderna), no centro. Santos sobreviveu aos tiros, tornando-se a principal testemunha.
Dias após a matança, foram presos quatro homens, apontados pelos menores em reconhecimentos e acareações realizadas pelas polícias Civil e Militar.
Foram presos os três réus do julgamento de hoje e o soldado da PM (Polícia Militar) Marcos Vinícius Borges Emmanuel.
Os quatro sempre sustentaram inocência. Em abril deste ano, o ex-PM Nélson Cunha, que não era citado no processo, apresentou-se à polícia e confessou ter participado do massacre.
Cunha acusou ainda Emmanuel, o soldado Marcos Aurélio Alcântara e o ex-PM Maurício da Conceição, o Sexta-Feira 13, que já morreu. Cunha e Emmanuel confessaram. Julgado, Emmanuel foi condenado a 89 anos de prisão. Cunha, a 261 anos de prisão.
As confissões mudaram a situação dos três réus. Presos desde a chacina, Cortes, Santos e França foram libertados em maio e aguardam o julgamento em liberdade.

Texto Anterior: Espectador critica bilheteria de teatro
Próximo Texto: Criança tem braço decepado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.