São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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Cheio de dedos

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

Quando Carlos Althier de Souza Lima, 46, o Guinga, pensou em gravar "Cheio de Dedos", sua idéia era a de fazer uma crônica musical do Rio de Janeiro.
O cirurgião-dentista acabou então compondo em cima de velhas fórmulas -tendo o choro como referencial constante.
Homenageou ícones clássicos da cultura popular carioca e incluiu um pouco de modernidade no gênero, tocando ao lado do Nó em Pingo d'Água -grupo da nova guarda de chorões cariocas que mistura jazz e pop ao repertório.
"Cheio de Dedos" homenageia Jacob do Bandolim, Raphael Rabello, Villa-Lobos e o eterno companheiro de parcerias Aldir Blanc.
"Fiz músicas sem letra para que ele colocasse letra. Como está sem tempo, gravei-as assim mesmo e lhe deixo o desafio", disse o compositor em entrevista à Folha.
"Acho que ousei bastante neste álbum, principalmente nos arranjos, mas o fiz com fundamento e autoridade de quem já passeou muito pelos antigos modelos."
Mas a inspiração do compositor vai além de meros referenciais. A vigília em que passa seu cotidiano é o principal motor de seu trabalho. "Tenho medo da morte e não durmo mais do que quatro horas de uma vez. Não quero perder nada que acontece à minha volta, vivo compondo."
Perfeccionista, não gosta de retoques em suas músicas. "A possibilidade de queimar a composição é de 99%."
"Cheio de Dedos", segundo ele, completa um caminho iniciado em "Catavento e Girassol", disco com composições suas interpretadas por Leila Pinheiro. "Pretendi me afirmar como compositor de MPB, simplesmente isso, e acho que consegui".

Disco: Cheio de Dedos
Artista: Guinga
Lançamento: Velas
Preço: R$ 18, em média
Código para ouvir: 2604

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