São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 1996
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Olímpico vira segunda casa de gremistas

CARLOS ALBERTO DE SOUZA

CARLOS ALBERTO DE SOUZA; LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Em fase de decisão, jogadores passam mais tempo na concentração, no estádio, do que com suas famílias

LÉO GERCHMANN
A sequência de jogos decisivos dos quais o Grêmio tem participado nos últimos anos tornou a concentração do estádio Olímpico, em Porto Alegre, o "segundo lar" para os jogadores gremistas.
Desde o primeiro jogo pelas quartas-de-final do Brasileiro contra o Palmeiras, os jogadores acostumaram-se à rotina de passar apenas uma noite em casa e depois seguir para a concentração.
Com jogos aos domingos e no meio da semana, sendo um deles fora de Porto Alegre, sobra muito pouco tempo para a família.
"Não tem problema, é normal a gente fazer um sacrifício a mais se quisermos ser campeões", disse o goleiro Danrlei.
A concentração do estádio Olímpico, que costuma ser usada também por outros clubes quando jogam em Porto Alegre (foi o caso do Corinthians quando enfrentou o Inter pela primeira fase no Beira-Rio), fica no segundo andar do estádio e tem, além de apartamentos, mesa de jogos e TV a cabo.
"Não vejo nada de anormal, a única diferença é que no Grêmio a gente pode concentrar no próprio estádio", disse o volante Dinho.
O técnico Luiz Felipe, ao retornar de Goiânia depois do segundo jogo das semifinais, contra o Goiás, pediu ao supervisor Antônio Carlos Verardi para que massagistas, médicos e nutricionista recebessem os jogadores.
Os jogadores chegaram de Goiânia, a exemplo do que tem ocorrido nos outros jogos, e descansaram, fizeram massagens e tomaram vitaminas. Na chegada a Porto Alegre, as famílias puderam ir visitá-los no Olímpico.
Tal preocupação é estendida para as viagens. Para garantir a qualidade na alimentação em São Paulo para o jogo contra a Portuguesa, o Grêmio enviou à capital paulista o médico João José Zanini e um funcionário, antes mesmo de a delegação chegar ao hotel.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, disse que, "nos últimos tempos", os jogadores não apresentaram caso de indisciplina, tendo comportamento elogiado nos hotéis e aviões por onde passaram.
O lateral-esquerdo Roger, confirmando o que disse o presidente, afirmou ontem que o ambiente entre os jogadores é "saudável".
Reforços
O Grêmio contará hoje com o retorno de Dinho e Carlos Miguel, os principais jogadores de marcação e de armação do seu meio-campo. O lateral-direito Arce, suspenso e machucado, desfalca o time.
A partida de domingo passado contra o Goiás comprovou a importância de Dinho e Carlos Miguel para a equipe. Sem o volante Dinho, o meio-campo foi vulnerável. Sem o meia ofensivo Carlos Miguel, a ligação do setor com o ataque ficou prejudicada. Resultado: empate de 2 a 2, com o Grêmio sempre atrás no placar.
Os dois jogadores comporão com Goiano e Émerson a formação titular do meio-campo.
Contrariando o costume de fazer segredo da escalação, o técnico Luiz Felipe confirmou a presença de Marco Antônio no lugar do paraguaio Arce.
O volante Goiano disse que o Grêmio não se limitará a buscar o empate. "Jogando junto há dois anos, o Grêmio aprendeu que essa estratégia é perigosa. Vamos em busca de vitória", afirmou.

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