São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996 |
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Estrangeiros estão de olho, diz analista
MILTON GAMEZ
Seja por meio de privatizações, seja por aumento de participações em bancos nacionais, os estrangeiros irão invadir o país, como consequência natural da globalização. "Os bancos nacionais não oferecem concorrência forte no exterior, pois têm poucas agências lá fora. Bancos globais ou agressivos, como o Citibank e o BankBoston, já buscam clientes brasileiros aqui e em outros países. Outros virão", diz Feldmann. Atualmente, os estrangeiros detêm apenas 10% dos ativos totais do sistema, de US$ 499,2 bilhões. No ano 2000, quando os ativos atingirem US$ 561,8 bilhões, os bancos internacionais aumentarão sua fatia para 23% do mercado brasileiro, prevê o especialista. Para chegar a esses e outros números, o consultor projetou a evolução da economia do país (crescimento de 3% ao ano nos próximos cinco anos) e a participação dos bancos (patrimônio líquido constante, em torno de 8% do PIB). Feldmann observa que suas conclusões partem de premissas como a manutenção da estabilidade e das tendências políticas atuais. O provável sumiço dos pequenos bancos, por exemplo, tem por trás o fim de seu principal ganha-pão, a ciranda financeira. A queda da inflação nos primeiros 17 meses do Plano Real levou embora ganhos fáceis de US$ 32 bilhões, mas os custos permaneceram os mesmos. Os nanicos, que ganhavam dinheiro com operações de tesouraria (aproveitando as oscilações nos mercados de juros, câmbio e de ações), dependem agora de crédito para sobreviver. Nesse mercado, não têm como concorrer com os grandes, diz Feldmann. (MG) Texto Anterior: Admirável mundo novo Próximo Texto: CUT desiste do sindicato de São Paulo Índice |
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