São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Fim de ano radical pode ser perigoso

É preciso orientação médica

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA ENVIADA ESPECIAL

A aventura do Superbox, por sorte, acabou com um saldo de só um ferido não muito grave e de vários leves: todos tinham fortes dores nas pernas no dia seguinte.
O diretor Otto Engeler, 67, teve um estiramento no músculo da perna esquerda e terminou a caminhada amparado em um cajado.
Os médicos são unânimes: para participar de uma atividade física cansativa, como caminhar mais de dez quilômetros em descida ou subida, é indispensável que a pessoa faça um "check-up" preventivo.
O cardiologista Antônio Carlos Pereira Barretto, 50, diretor da divisão de cardiologia social do Incor (Instituto do Coração), explica que a avaliação física detecta se há problemas de coração, pulmão, coluna ou em outros órgãos.
"Há muita gente que nem sequer desconfia que tem certos problemas, mesmo os de coração, porque nem sempre eles aparecem facilmente. Mas podem aparecer quando se faz muito esforço. E aí a situação fica bem séria."
Jorge Rafael Dias de Oliveira, 36, dono da agência Pé na Estrada, que organizou a caminhada do Superbox, não acha necessário tantos cuidados. "É suficiente que o participante preencha uma ficha com seus dados de saúde."
"Uma atitude nem sempre responsável", na opinião do diretor do Incor. "Quem participa de um esforço físico extenuante e desconhece que tem um problema no coração pode ter morte súbita."
Gilson Tanaka Shinzato, 30, chefe do setor de avaliação muscular do Hospital das Clínicas, diz que caminhadas em declive podem gerar outro problema: "Envolvem riscos para as articulações".
Além disso, em declives há maior incidência de lesões musculares. Daí, de acordo com o médico, a dor nas pernas que acomete quem participa dessas aventuras.
Como em mata fechada não chega socorro por helicóptero, é preciso, se necessário, pecar pelo excesso de prevenção. "É preciso garantir ao máximo que os participantes terão poucas chances de ter um problema físico."
(CAS)

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