São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Economia deve segurar 'linha dura' chinesa

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A reunificação representa um desafio para Pequim. Como compatibilizar a sofisticação de uma sociedade aberta, com liberdade de expressão e dona de uma economia internacionalizada com a mão pesada de um Partido Comunista ainda não acostumado ao pluralismo?
Há dois meses, o governador de Hong Kong, Chris Patten, em seu último discurso anual no Conselho Legislativo, enumerou perguntas que devem ser apresentadas a seu sucessor para verificar o sucesso da transição.
Entre as questões citadas: "A imprensa de Hong Kong ainda é livre?" e "alguém é perseguido por expor pacificamente a sua posição política?".
Corrupção
Também ronda Hong Kong o medo de que o controle de Pequim signifique um aumento da corrupção e do desrespeito às leis, problemas comuns na China.
No item liberdade de imprensa, o Partido Comunista já avisou que não vai admitir "boatos que ataquem líderes da China" ou "promoção de idéias favoráveis à divisão da pátria".
Ou seja, a China veta o apoio a Taiwan, o refúgio dos nacionalistas derrotados em 1949 pelas tropas comunistas.
Outro desafio para Pequim são as manifestações em Hong Kong em homenagem aos mortos em 1989, no massacre do movimento pró-democracia da praça Tiananmen (Paz Celestial), em Pequim.
O governo comunista da China já insinuou que não vai tolerar essas cerimônias.
Homenagens ao mortos de Tiananmen e protestos do Partido Democrático podem detonar uma violenta reação de Pequim.
Caos
Hong Kong mergulharia então em um caos político semelhante ao que foi vivido em 1989 na capital chinesa durante o movimento pró-democracia.
Mas o cenário pessimista não predomina em Hong Kong. Diversos empresários e políticos locais acham que a China vai tentar segurar a sua mão pesada.
Primeiro, aparecem os interesses econômicos do país.
A China não pode matar a sua "galinha dos ovos

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