São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996
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Rede 'promove' funcionário a franqueado

ALEXANDRE LOURES
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas franqueadoras começam a dar espaço para os funcionários que querem trocar de lado do balcão e montar sua própria franquia.
As redes não têm programas específicos para "transformar" funcionários em franqueados, mas há casos de sucesso com a fórmula.
Margarida de Souza trabalhou durante 20 anos na Vip Lavanderia e, quando saiu, usou o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para adquirir parte da franquia de uma das lojas da rede (leia texto abaixo).
Outros não precisaram tanto tempo. Com oito meses de trabalho na rede Dunkin' Donuts, Marcelo Fernandes, 23, chegou a gerente de recursos humanos e se credenciou para a abertura de uma loja própria.
"Na época, a rede estava procurando parceiros para algumas lojas e eu fui beneficiado", explica.
Segundo Fernandes, o investimento total do novo negócio foi de R$ 70 mil, mas, com a parceria, economizou cerca de R$ 8.000 entre treinamento e luvas.
Para Gérson Keila, 43, presidente da Dunkin' Donuts no Brasil, que tem quatro ex-funcionários como franqueados, a tendência do mercado é o aumento no número de parcerias desse tipo.
"A maior vantagem das franquias de ex-funcionários é o fato de o franqueado ter conhecimento da filosofia da empresa e não ter de passar por um período de adaptação", afirma.
No caso de Fernandes, o faturamento da loja saltou de R$ 10 mil mensais para R$ 18 mil depois que ele se tornou proprietário.
O novo empresário Reginaldo Meanna, 42, também fez aumentar a renda de uma franquia.
Depois de três anos trabalhando como gerente administrativo na rede de agenciadora de empregos Union Service, ele comprou a unidade de Osasco (Grande São Paulo) e já levou três troféus pelo melhor desempenho da rede.
Meanna diz que o faturamento da loja triplicou depois que passou para suas mãos."Quem já conhece a empresa tem mais facilidade para tocar o negócio", diz.
Sociedade
Oferecer sociedade aos empregados pode ser a alternativa para empresas que pretendem diminuir o número de unidades próprias.
A Casa do Pão de Queijo, por exemplo, obteve bons resultados com essa política. A rede tinha dez lojas próprias e não estava satisfeita com os rendimentos. A solução foi vender parte para funcionários.
Um dos beneficiados foi Ricardo Bertucci, 31, que mantém três lojas em sociedade com a rede. Segundo ele, em pouco tempo de operação, foi possível reverter o quadro.

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