São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rio vai tentar leiloar o Banerj dia 26

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Planejamento do Rio, Marco Aurélio Alencar, anunciou ontem a nova data do leilão de privatização do Banerj: 26 de dezembro. A liminar que causara o adiamento da venda foi revogada anteontem pela Justiça.
Alencar anunciou também uma nova exigência para o eventual comprador do banco. Ele será obrigado a oferecer aos funcionários um plano de previdência idêntico ao atual, do Previ-Banerj.
A passagem dos servidores de um fundo para o outro, segundo ele, será bancada com recursos do Previ e do próprio Estado.
"Não há hipótese de os salários serem rebaixados, não há hipótese de os benefícios previdenciários serem prejudicados", afirmou.
A dívida de cerca de R$ 1,2 bilhão do Banerj com o Previ-Banerj, segundo Alencar, será assumida pelo Estado. Ele disse que as garantias para pagamento da mudança de plano de previdência, de dívidas trabalhistas e do passivo com o Previ-Banerj estão sendo constituídas "associadas à renegociação da dívida" do Rio com a União. Ele não revelou detalhes da operação.
O secretário disse que a dívida resulta de um dispositivo do estatuto do Banerj que estabelece que eventuais prejuízos do Previ-Banerj devem ser absorvidos pelo patrocinador (no caso, o banco).
"Isso é produto da administração dos fundos da Previ nos últimos anos", afirmou. "O Estado está em dia com suas cotas."
Os interessados na compra do Banerj terão até as 18h do dia 23 para depositar as garantias previstas no edital de privatização.
Alencar não quis especular sobre a hipótese de não haver comprador. Até o dia 16, véspera da data inicial do leilão, o único dos sete pré-qualificados a depositar garantias foi o Banco Itaú.
Para o presidente do Previ-Banerj, Luciano Tadeu de Moura, a exigência de que o novo controlador ofereça um plano de previdência idêntico ao atual foi "um grande recuo" do governo.
Ele afirmou que de cada R$ 1 depositado pelos funcionários, o Banerj deposita R$ 2, mas disse não poder afirmar qual deve ser a nova proporção para garantir benefícios idênticos. "Faltam detalhes do que vai ser feito", afirmou.
Segundo ele, o fundo já trabalhava com a hipótese de, com a venda, o funcionário do banco ser obrigado a aumentar sua colaboração.

Texto Anterior: TCE deve investigar dinheiro de títulos
Próximo Texto: Bradesco quer garantias
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.