São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Bradesco quer garantias

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A privatização do Banerj ainda está por um fio. O fio que liga, involuntariamente, o gabinete do governador Marcello Alencar (PSDB) à mesa de Lázaro Brandão, presidente do Bradesco.
Até ontem, o governador do Estado do Rio não havia convencido Brandão de que o Bradesco estaria totalmente livre dos passivos trabalhistas do Banerj com seus funcionários -cerca de R$ 1,2 bilhão-, caso adquirisse o banco no leilão, em disputa com o Itaú.
Segundo a Folha apurou, o presidente do Bradesco é favorável à compra do Banerj, mas foi convencido pela diretoria do banco de que seria uma loucura participar do leilão sem obter outras garantias jurídicas, além do edital de licitação.
Esse teria sido o motivo que levou o Bradesco a desistir de participar do leilão do dia 17, cancelado à última hora.
A desistência não foi assumida formalmente pelo Bradesco, mas este a materializou antes do leilão, deixando de apresentar as garantias financeiras para participar da concorrência. Oficialmente, o banco mantém o interesse. Procurado, Brandão não comentou o assunto.
Outros motivos para a posição do Bradesco seriam o alto custo de enxugamento do banco -apenas 40% das 119 agências do Banerj seriam aproveitadas- e a fraca carteira de clientes da seguradora.
Ontem, mais um ingrediente aumentou a dúvida quanto à posição do maior banco privado do país no próximo leilão: a exigência de que o comprador garanta um plano de previdência idêntico ao já existente.
Como Alencar quer levar o leilão até o final, pressupõe-se que a exigência tenha sido imposta com uma contrapartida, por enquanto desconhecida, que convença Brandão a, pelo menos, disputar o banco com o Itaú. Nem que seja para perder.

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