São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996 |
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Motta diz que é 'quadrilha'
DA REPORTAGEM LOCAL O ministro Sérgio Motta (Comunicações) negou ontem com veemência qualquer possibilidade de liberação de concessões de rádio mediante pagamento de propinas.Perguntado a respeito de seu envolvimento pessoal, investiu contra o esquema. "Isso é uma arapuca, um bando de ladrões, uma quadrilha. Não tem nenhuma relação com o ministério." Ele estimulou a publicação da reportagem. "Vou enviar para a Polícia Federal, para fazer uma investigação rápida e rigorosa. Vamos chegar a quem for." Na opinião de Motta, as pessoas que recorrerem ao esquema de venda de concessões "não são assim tão inocentes", pois se dispõem a comprar as emissoras. Motta diz que não há corrupção em sua pasta. "Eu controlo o ministério." Mas ressalvou: "Não posso pôr a minha mão no fogo por todo mundo. O ministério tem uma equipe enorme. Quando eu chequei, tinha um despachante em cada andar. Mas, se derem prova, eu demito." Disse que Naura Beatriz, coordenadora do esquema, "está blefando, está vendendo o que não tem". A Folha se dispôs a tocar a gravação para que Motta ouvisse o trecho em que ela o cita como parte integrante do esquema. O ministro não quis ouvir: "Essa mulher é uma bandida, uma desqualificada. Veja lá se vou me envolver numa coisa dessas. Isso é ridículo." Reafirmou que as concessões serão liberadas por licitação pública, em "processos transparentes". Sobre o suposto envolvimento de João Iensen, disse: "Recomendo que vocês olhem a ficha desse deputado. Se houver corrupção, que cassem". Texto Anterior: Revelado esquema paralelo de venda de FM Próximo Texto: Veja como foi realizada a investigação Índice |
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