São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Unesp é sinônimo de vida no interior

DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem à tarde, segundo dia de vestibular da Unesp, 58.665 candidatos resolveram a prova de conhecimentos específicos.
O clima entre os vestibulandos era de tranquilidade, tanto na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) quanto nas Faculdades Oswaldo Cruz, locais de prova.
Para muitos estudantes, deixar São Paulo para estudar em outra cidade -a maioria dos cursos fica no interior- significa liberdade.
"É mais para me livrar do meu pai que está no meu calcanhar de cinco em cinco minutos", diz Alexandre Machado, 18, que presta engenharia de alimentos. "Além disso, a qualidade do curso vale a mudança", ressalta.
"Quero morar longe de casa. Em São José do Rio Preto são três mulheres para cada homem e não tem pai para encher o saco", diz Marcelo Spiller, 17, que também tenta engenharia de alimentos.
Mas o interior não agrada apenas aos homens. "Gosto mesmo é de um caipira. Morei minha vida toda aqui. Agora só quero viver no campo", diz Ana Claudia Nobrega, 21, candidata a agronomia.
Provas
Às 16h, os candidatos começaram a sair. Eduardo Timin Chang, 18, que tenta medicina, foi o primeiro a deixar as Faculdades Oswaldo Cruz. "Desisti no meio da prova e não fiz nenhuma questão de química."
Já outra candidata a medicina, Amanda Montone Beluzzo, 19, resolveu todas as questões. "Apenas achei confuso o enunciado de uma questão de matemática. Não entendi o que era para fazer."
A abstenção foi de 7,15%, menor do que a de 95 (9,9%). Na cidade de São Paulo foi de 12,20%.
Hoje, último dia do exame, os candidatos resolvem prova de língua portuguesa, com dez questões discursivas e uma redação, às 14h.

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