São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Ator deixa mais de 150 filmes e filha com Catherine Deneuve

DENISE PEROTTI
DO BANCO DE DADOS

Marcello Mastroianni deixa mais de 150 filmes para a história do cinema. De impotente a ilusionista, Mastroianni já viveu todos os tipos de personagens.
Uma de suas interpretações lhe rendeu a excomunhão feita por um bispo ortodoxo grego.
Todos que participavam da filmagem de "Os Passos Suspensos da Cegonha" (1990) foram excomungados. O filme seria "indecente e ofensivo aos sentimentos do povo grego".
No Brasil, participou de "Gabriela, Cravo e Canela", em que interpretou o turco Nacib, contracenando com Sônia Braga.
Mastroianni nasceu em 28 de setembro de 1923, em Fontana Lira, Itália. Ganhava a vida como desenhista. Durante a Segunda Guerra Mundial passou a vender gravatas e lenços que ele mesmo decorava.
Estreou no cinema em 1947, no filme "Os Miseráveis". Mas foi com "A Doce Vida" (1960), de Federico Fellini, que ganhou projeção internacional.
O título de "latin lover"foi sempre desprezado pelo ator. Costumava dizer que não se considerava sedutor e todos os seus personagens com Fellini eram perdedores.
Entre todos os diretores com quem trabalhou nunca escondeu sua preferência por Fellini. Dizia que com o diretor havia uma cumplicidade "levada ao extremo".
Afirmava que nunca quis ser ator e que, por isso, não sentiu necessidade de estudar para interpretar. Dizia que não tinha medo da morte, mas da degradação física, de ficar velho e cheio de doenças.
Seu último trabalho no cinema foi "Três Vidas e Uma Só Morte", do chileno Raul Ruiz, em que interpreta quatro personagens.
Em janeiro deste ano, foi internado em Paris devido a uma infecção renal. Deixa uma filha com Catherine Deneuve, a também atriz Chiara Mastroianni.

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