São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Faltam comida e espaço, diz embaixador

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os cerca de 400 reféns que estão na casa do embaixador do Japão estão sofrendo com a falta de espaço, de comida e de condições de higiene e já começam a mostrar sinais de problemas de saúde.
"Há cerca de 400 pessoas aqui. Elas estão amontoadas", disse o embaixador do Canadá, Anthony Vincent, libertado para fazer a mediação entre os guerrilheiros do Tupac Amaru e o governo do Peru.
Segundo o relato de representantes da Cruz Vermelha que entraram no local, os reféns estão divididos em três diferentes salas da casa, que tem dois andares.
Eles estariam tendo de dividir quatro banheiros, que, segundo a Cruz Vermelha, não são suficientes para todos.
Segundo o coordenador médico da Cruz Vermelha no Peru, James Hand, há pessoas na casa com hipertensão, dores de estômago e insuficiência cardíaca.
O caso mais grave é o do presidente da Corte Suprema, Moisés Pantoja. Ele sofre de insuficiência cardíaca e precisa consultar um especialista, segundo Hand.
Comida, água e uma máquina de raios X já foram levadas à casa do embaixador. De acordo com o coordenador médico da Cruz Vermelha, ainda são necessários remédios para o coração e soro.
"Os reféns começam a sentir fome e sede. Os alimentos e água que chegaram não abastecem a todos."
Um caminhão de bombeiros está a duas quadras da casa do embaixador com remédios doados pelos familiares esperando autorização.
Está sendo preparado ainda o envio de escovas de dentes e de roupas, além de cartas dos familiares dos sequestrados.
"Falamos com diferentes pessoas e recolhemos mensagens para seus familiares", disse Marc Cortal, médico da Cruz Vermelha.
Segundo o cinegrafista peruano Juan Víctor Sumarriba, que teve permissão para entrar na casa, os reféns podem andar nas salas em que estão e conversar entre si.
Mas médicos da Cruz Vermelha que entraram no prédio disseram que não há camas suficientes. Nas paredes, eles disseram, podem ser vistos buracos de tiros, assim como nas paredes das casas vizinhas.

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