São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Ex-deputado tem versões contraditórias

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-deputado paranaense, José Felinto (sem partido), citado por Biná Cabral no esquema de venda de concessões de rádio, negou qualquer participação, mas acabou entrando em contradições ao tentar se explicar.
Rubinaldo (Biná) Cabral, na conversa gravada pela Folha, disse que foi o ex-deputado quem o teria apresentado à assessora de João Iensen, Naura Beatriz Severo, que centraliza o esquema da intermediação em Brasília.
No início da tarde de ontem, Felinto procurou a Folha e disse que conheceu Biná Cabral há cinco meses, quando o contratou para reformar sua casa. Segundo ele, Cabral tem uma construtora de reformas de casas e prédios.
O fato de ambos serem evangélicos -Cabral é da igreja Renascer e Felinto, da Assembléia de Deus-, segundo ele, os aproximou.
Felinto disse que convidou Cabral para ser diretor de patrimônio da Federação dos Usuários de Transportes Coletivos, que havia criado e da qual é presidente.
Consultorias
O ex-deputado relatou que Biná Cabral lhe perguntou como poderia obter emissoras de rádio para sua igreja. "Indiquei três escritórios de consultoria: um de São Paulo, outro de Belo Horizonte e um de Brasília, onde, parece, trabalha esta moça chamada Beatriz."
Felinto disse que não voltou a falar sobre o assunto com Biná Cabral e que se surpreendeu com a reportagem publicada pela Folha. Disse que, até prova em contrário, Cabral é uma pessoa idônea e deverá permanecer na federação.
No final da tarde, porém, depois da entrevista de Biná Cabral, o ex-deputado José Felinto deu uma outra versão para o caso.
Depois que o empresário citou o nome do corretor Luis Carlos -como sendo o do verdadeiro intermediário na venda das concessões-, o ex-deputado mudou seu depoimento.
Felinto disse que havia indicado Luis Carlos a Cabral, quando este lhe pediu ajuda para obter concessões de rádio para a Igreja Renascer. Afirmou ainda que, no governo Sarney (1985-1990), perdeu duas concorrências para concessões de rádio no Paraná. "Só tenho uma rádio, em Campo Largo (PR), que comprei no mercado."

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