São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Argentina assina acordo para garantir seu sistema bancário

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo argentino assinou ontem em Nova York uma linha de crédito de US$ 6,1 bilhões com um grupo de 13 bancos comerciais que vai garantir seu sistema bancário contra uma eventual crise financeira similar ao "efeito tequila" (crise cambial mexicana) de 1995.
Pedro Pou, presidente do banco central, assegura que "o sistema dispõe atualmente de ativos líquidos suficientes para que a crise não se produza nunca mais -é como uma apólice de seguro".
Segundo o acordo, os 13 bancos internacionais, liderados pelo norte-americano Chase Manhattan, comprometem-se a adquirir obrigações do Tesouro argentino caso ocorra uma crise financeira, podendo revendê-los mais tarde a um preço fixado previamente.
Este mecanismo permitiria à Argentina dispor de uma soma equivalente a 10% da totalidade dos depósitos de seu sistema bancário para enfrentar uma onda de retirada de depósitos numa crise.
Os bancos argentinos são obrigados atualmente a ter 17% de seus depósitos em moeda estrangeira, soma que chegará a 20% no início de 1997. Com o novo sistema, os bancos disporão a partir do ano que vem de reservas equivalentes a 30% de todos os depósitos para enfrentar dificuldades eventuais.
Esse colchão de liquidez serve, ao mesmo tempo, como garantia da política de conversibilidade entre o peso e o dólar na paridade de um para um, pois assegura aos bancos recursos suficientes para atender à demanda de conversão, mesmo em situação de crise.
O ministro da Economia argentino, Roque Fernández, comparou esse sistema à garantia indireta oferecida pelos EUA ao México.

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