São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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História mostra uma heroína

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A vida de Evita tem todos os elementos da história de uma heroína romântica. Muito pobre, filha ilegítima, atriz malsucedida, ela se fez sozinha, tornando-se uma das personalidades mais importantes da Argentina nos anos 40.
Morreu jovem, aos 33 anos, vítima de um câncer generalizado que teve sua origem no útero. Isso depois de sofrer com os ciúmes de Juan Domingo Perón, que se sentia ofuscado por sua projeção.
Essa história, a argentina Alicia Dujovne Ortiz conta quase como se estivesse cantando um tango. Escrito originalmente em francês por uma escritora de língua espanhola, o texto de "Eva Perón - A Madonna dos Descamisados" se parece com um romance.
A "percepção psicológica" da personagem, que Dujovne diz estar no centro de seu livro, se manifesta na quase adivinhação do que passa pela cabeça de Evita, como no momento em que Perón é preso antes da revolução que o leva à presidência.
"Ela sentia-se ao mesmo tempo culpada por ter desencadeado o drama, orgulha-se de ter sido defendida a todo preço por seu homem e preocupada com o futuro. Os três sentimentos travavam verdadeira batalha em seu rosto de cera", escreve.
Como as mulheres descritas no tango, diz Dujovne no livro, a personalidade de Evita é colocada num pedestal de altíssima pureza e bondade e, ao mesmo tempo, arrastada na mais profunda falta de caráter.
(PD)

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