São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 1996
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Governo peruano acena com salvo-conduto

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

Até o início da noite de ontem, o governo peruano admitia a hipótese de conceder salvo-conduto apenas aos terroristas que ocupam a casa do embaixador do Japão.
Mas não dava sinais de ceder a qualquer outra exigência do grupo armado, em especial no que se refere à libertação e consequente salvo-conduto também para os militantes do MTRA que estão presos.
Essas eram as informações disponíveis junto ao plantão montado pelo governo brasileiro. Em Brasília, autoridades definiam a incerteza da situação com uma metáfora: era preciso estar preparado tanto para uma corrida de 100 metros como para uma maratona.
Ou seja, o sequestro tanto poderia definir-se rapidamente como se prolongar por vários dias.
Os sinais disponíveis ontem eram no sentido da maratona. Os terroristas estariam se preparando para passar muito tempo na residência em Lima, o que indica o impasse nas negociações.
O acesso dos representantes brasileiros na capital peruana é amplo junto ao governo em geral, mas quase nulo em relação ao presidente Alberto Fujimori.
Até ontem, Fernando Henrique Cardoso não havia conseguido falar ao telefone com seu colega peruano. A informação do governo brasileiro é a de que Fujimori só atendeu a uma ligação, do premiê japonês Ryutaro Hashimoto.
Mensagem
Fujimori enviou carta a FHC em que afirma que buscará assegurar a preservação da saúde e vida das pessoas mantidas como reféns.
"Estou tratando, permanentemente, em conjunto com minha equipe, de obter uma solução para essa crise o quanto antes, tendo como objetivo principal salvaguardar a saúde e a vida dos que se encontram retidos na residência do embaixador do Japão."
A correspondência foi em resposta a uma mensagem que FHC remeteu, anteontem à noite, após dois dias de sucessivas tentativas frustradas de um contato por telefone. Fujimori disse que telefonará para FHC "tão logo seja possível".
Em sua mensagem, FHC diz que o Brasil está pronto a prestar a cooperação que for necessária".

Colaborou a Sucursal de Brasília

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