São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Técnica de conservação de alimentos é estudada

RUI NOGUEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) está à frente de um projeto para instalação no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, em São Paulo) de um protótipo de irradiador de alimentos.
Essa técnica para conservação de alimentos e a legislação respectiva começaram a ser debatidas no Congresso no início deste mês.
Frutas, carnes, grãos e legumes, entre outros alimentos, recebem uma descarga controlada de energia que destrói ou torna inativas bactérias, insetos e fungos.
Para evitar danos aos alimentos, a dose aplicada de energia deve ser precisa. Isso depende da calibração dos equipamentos.
Fiscalização
"Estamos nos preparando para licenciar e fiscalizar instalações, e há um bom número de empresários demonstrando interesse nessa técnica. A empresa monta uma unidade de irradiação, a Cnen licencia e fiscaliza", afirmou o ministro-chefe da SAE, Ronaldo Sardenberg.
A instalação de uma unidade média de irradiação custa cerca de R$ 6 milhões.
Hoje, 38 países autorizam a técnica de irradiação, e 24 deles o utilizam em escala industrial (Japão, Estados Unidos, Bélgica e França, por exemplo).
O presidente da Cnen, José Mauro Esteves dos Santos, disse em audiência pública na Câmara dos Deputados que existem atualmente 140 irradiadores comerciais em operação no mundo.
Mercado agrícola
"A irradiação não resolve todos os problemas da conservação de alimentos. Estima-se que entre 20% e 30% de certas safras possam ser poupadas da perda pura e simples. Muitos alimentos exportados chegam aos supermercados estrangeiros deteriorados ou com pouca vida de prateleira. Estima-se que até 50% da papaia exportada para o Canadá chega praticamente deteriorada", disse Sardenberg.
Em 92, o mercado agrícola movimentou US$ 42 bilhões na exportação de frutas.
Há discrepância entre a quantidade de produtos exportados pelo Brasil e o quanto o país fatura no setor.
O Brasil, que é o maior produtor mundial (32 milhões de toneladas/ano), neste ano exportou apenas US$ 0,15 bilhão, contra US$ 4,6 bilhões da Espanha e US$ 1,5 bilhão do Chile.
Segundo o presidente da Cnen, os custos da irradiação são compatíveis com os de outros processos, como a pasteurização, congelamento e fumigação.
Dois empresários, um de São Paulo e outro de Minas, participaram dos debates no Legislativo.
(RN)

Texto Anterior: FHC dá R$ 1,2 bi para completar Angra 2
Próximo Texto: O resgate histórico de um grande homem: Pery Beviláqua; O subversivo ...; ... e o patriota, na voz do juiz; EREMILDO, O IDIOTA; O sem-patrulha; A prova do vestibular da PUC tirou 10; Plebiscito; Lavoura tucana
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.