São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996 |
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ABC fecha ano com crescimento de 5%
FÁBIO ZANINI
O resultado, superior a estimativas preliminares referentes ao Brasil e ao Estado (que indicam crescimento entre 3% e 4%), foi alavancado pelos investimentos na indústria automobilística. É o que indica a pesquisa "Indicadores Econômicos", balanço anual do nível de atividade econômica feito pelo Departamento de Planejamento Econômico e Orçamentário da Prefeitura de Santo André. A pesquisa toma como base a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que cresce conforme o aumento da atividade econômica. Principal pólo da indústria automobilística nacional, o Grande ABC beneficiou-se da produção recorde de veículos, que deve chegar a 1,8 milhão de unidades no ano. O setor automotivo responde por 38% da arrecadação de impostos da região, que hoje está em torno de R$ 200 milhões por mês. O resultado é que a indústria na região deverá crescer 6% em 1996, enquanto para todo o Estado a previsão é de crescimento de 3,1% do setor industrial, segundo a mesma pesquisa. No setor de comércio e serviços, a estimativa é de crescimento de 1% na região, número expressivo se comparado à previsão do Estado, que aponta queda de 13,1% nesses setores. "Se o setor automobilístico vai bem, a indústria da região cresce bastante e 'puxa' o comércio e os serviços", disse Miguel Heredia de Sá, coordenador da pesquisa. Segundo Sá, o desempenho da região poderia ter sido ainda melhor se não houvesse crise no setor de autopeças. Apesar de ter havido, no geral, crescimento econômico, em Santo André e Mauá, houve recuo na atividade econômica em 96, pelo fato de, segundo o estudo, as fábricas de autopeças estarem concentradas nessas cidades. A queda em Santo André foi de 14,3%, e em Mauá, de 5,7%. Em São Bernardo, onde estão instaladas cinco montadoras (Volks, Ford, Mercedes, Scania e Toyota), a economia saltou 9% em 96. Em São Caetano, sede da General Motors, o crescimento econômico chegou a 16,7%. "A concorrência dos importados quebrou muitas empresas de autopeças da região", afirma Sá. Para 97, segundo o coordenador da pesquisa, a perspectiva é de crescimento ainda mais acelerado na indústria, por causa da elevação da alíquota de importação das autopeças, já anunciada pelo governo. "Quando a economia brasileira cresce, a do ABC cresce mais ainda. A região é o pólo mais sensível do país", disse. Já nos setores de comércio e serviços, a tendência é de manutenção de um "boom" de investimentos, a exemplo do que começou a ocorrer neste ano. "O ABC está se tornando o melhor lugar do país para se investir em serviços, por causa dos altos salários pagos pela indústria", diz Sá. Apesar dos investimentos em produção, o crescimento do nível de emprego deverá ser inexpressivo, segundo o coordenador da pesquisa. Na indústria metalúrgica, houve o corte de cerca de 25 mil postos de trabalho em 1996, devido à reestruturação das empresas. "Os investimentos no comércio não serão suficientes para alterar significativamente o nível de emprego", afirma. Segundo dados do Imes (instituto regional que faz pesquisas socioeconômicas), o desemprego na região atinge 14% da população economicamente ativa. LEIA MAIS sobre o crescimento econômico no ABC na pág. 2-14 Texto Anterior: O desafio do emprego Próximo Texto: Comércio será beneficiado Índice |
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