São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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MAIS CÉREBROS

Discute-se hoje o evolucionismo, tanto nas espécies vivas da natureza quanto nas instituições econômicas e sociais. Nas economias de mercado, houve uma clara transformação que levou sociedades agrárias e relativamente pouco dinâmicas a assumirem novos contornos. A industrialização foi o motor dessa transição.
Atualmente discute-se, sobretudo com a revolução das tecnologias da informação, se não estará em curso outra mudança, em que sociedades passam por um processo de desindustrialização, rumando para formas de organização econômica amparadas na expansão dos serviços.
Ao mesmo tempo, sociedades menos desenvolvidas ingressariam em processos de industrialização, como se na história econômica do mundo houvesse uma hierarquia, uma escala, que se inicia com a agricultura, passa pela indústria e segue com serviços, informação e conhecimento.
No caso da economia brasileira, algumas indústrias tradicionais, como a automobilística, continuam aprofundando suas raízes aqui. E regiões menos industrializadas, como o Sudeste e o Nordeste, incorporaram novos complexos industriais.
O Estado de São Paulo parece destinado ao papel de economia mais madura. Uma pesquisa da Fundação Seade e do Dieese confirma essa tendência. Tem ocorrido uma migração do emprego, ao menos na Grande São Paulo, da indústria para o setor de serviços. Desde 89, a participação da indústria no emprego total caiu de 33% para cerca de 23%. Os serviços passaram de 41,3% para 48,8%.
Das finanças ao comércio, passando pela tecnologia da informação, são crescentes as exigências de capacitação educacional. A conclusão: para que o desenvolvimento continue, já não bastam mais máquinas ou estradas. Precisa-se de mais cérebros. Exatamente o que sempre definiu os rumos da evolução.

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