São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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AINDA LONGE DA PAZ

Um beco sem saída. Assim o líder palestino Iasser Arafat descreveu o atual momento do processo de paz no Oriente Médio, depois de se encontrar com o papa João Paulo 2º. A avaliação retrata o clima de desconfiança que voltou a dominar as relações entre a Autoridade Nacional Palestina e o governo israelense.
Por causa da insistência do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em promover novos assentamentos na Cisjordânia, as lideranças palestinas voltaram a ameaçar com uma possível declaração de um Estado independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Netanyahu afirmou que tal atitude levaria ao fim do atual processo de paz na região.
O ano de 1996 não foi tranquilo para o desenvolvimento das negociações entre os dois lados. Com Netanyahu à frente do governo de Israel, houve um distanciamento maior entre israelenses e palestinos, o que ficou comprovado com os confrontos entre forças policiais dos dois lados ocorridos em setembro último.
Houve na verdade um retrocesso, se comparado o ritmo de 96 com o das negociações no período em que Yitzhak Rabin era o primeiro-ministro israelense. Não se consolidaram muitos pontos dos acordos, e não são claros os rumos que o governo de Israel quer dar às negociações.
A manutenção do processo de paz é essencial para que a imagem de conflito entre israelenses e palestinos fique cada vez mais distante. Mas é preciso dar fôlego a esse processo e fornecer à população local, principalmente em Gaza e na Cisjordânia, benefícios econômicos associados à pacificação. Somente dessa forma a opção pela guerra pode ser vencida.

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