São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996 |
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Maluf, Covas e Sarney apóiam plebiscito
DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA O plebiscito para decidir sobre a possibilidade de haver reeleição para membros do Executivo recebeu apoio do prefeito paulistano, Paulo Maluf (PPB), do governador paulista, Mário Covas (PSDB), do senador José Sarney (PMDB-AP) e do governador Jaime Lerner (PDT-PR).A realização do plebiscito foi defendida pela Folha em editorial no último domingo, publicado em sua Primeira Página. Emenda constitucional a favor da reeleição, defendida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, está em tramitação no Congresso. Maluf O prefeito Maluf defendeu ontem de manhã, depois da última reunião com seu secretariado, o plebiscito. Segundo ele, o plebiscito é uma questão ética. "O que eu quero discutir é uma maneira ética de atuar. Na vida é preciso ter ética. Ética no casamento, ética no relacionamento com os irmãos, ética com os pais, ética na profissão. Política é uma profissão ética", afirmou. Maluf criticou o PSDB, que votou em 10 de março de 94 contra a reeleição e agora quer assegurar ao presidente Fernando Henrique Cardoso o direito de disputar um novo mandato. "O Marco Maciel (vice-presidente da República), o Covas, o Fernando Henrique é quem têm de se explicar porque mudaram de opinião. Se eles foram eleitos por uma Constituição que eles votaram e querem agora modificar, o juiz tem que ser o povo", afirmou o prefeito. Covas e Sarney Mário Covas disse anteontem que defende "em tese" o plebiscito. Porém, ele acredita ser pouco provável sua realização. "Defendo o plebiscito em tese, mas não creio que ele vá se viabilizar porque esse assunto vai ganhar velocidade maior, está na iminência de ser votado em janeiro", disse o tucano. As declarações foram feitas em São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo), durante a inauguração de obras do governo estadual. Covas reafirmou sua posição contrária a reeleição e disse que, se a proposta passar no Congresso Nacional, não vai disputar um segundo mandato no Palácio dos Bandeirantes. "Não vejo nenhum mal em ter reeleição, mas, se meu partido fechar a favor, mantenho minha posição", disse. Presidente do Congresso, José Sarney defendeu a realização de plebiscito sobre o direito de reeleição para os governantes. "Um plebiscito respaldaria muito qualquer decisão do Congresso. Estabeleceria um núcleo de consenso no país sobre a questão", disse Sarney à Agência Folha em São Luís, onde passa o fim de ano com a família. O senador elogiou o posicionamento da Folha ao sugerir o plebiscito em lugar de um referendo popular. "A autoridade moral da Folha e a isenção com que sempre trata os problemas do país oferecem um caminho de iniciativa para a discussão da reeleição." O referendo popular é uma consulta ao eleitorado feita depois que o Congresso deliberar sobre o tema. A consulta popular por meio do plebiscito seria feita antes de a reeleição ser apreciada por deputados e senadores. Lerner O governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT), também se declarou favorável à convocação do plebiscito sobre a reeleição. Lerner defende o direito a um novo mandato em todos os níveis do Executivo (prefeitos, governadores e presidente da República). O governador paranaense diz que o dispositivo de reeleição para os atuais governantes tem de passar pelo crivo popular. Texto Anterior: Covas, Sarney e Lerner apóiam plebiscito Próximo Texto: Ex-diretor tenta barrar intervenção em 97 Índice |
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