São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996 |
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Sertão do Ceará vira pólo calçadista do Nordeste
PAULO MOTA
Desde 1991, 14 indústrias calçadistas instalaram-se no Ceará, gerando 15 mil empregos. Os dados são de Raimundo Viana, secretário da Indústria e Comércio do Ceará. Segundo ele, outras 18 indústrias devem chegar ao Estado nos próximos 120 dias. A gaúcha Grendene -líder no ranking nacional de calçados- foi a primeira a chegar ao Estado. Em 1991, instalou uma fábrica em Fortaleza para produzir 27 mil pares de Rider por ano. De lá para cá, a Grendene já investiu R$ 100 milhões e abriu outras três fábricas no Estado, que geram 7.000 empregos diretos. Hoje a empresa produz toda a linha de Rider, Pony (tênis) e Melissa no Ceará. "A migração para o sertão cearense foi a saída encontrada para enfrentar a invasão dos Tigres Asiáticos no mercado interno e externo", diz o gerente administrativo da Grendene, Emílio Fernandes Neto. Segundo ele, os asiáticos, que pagam US$ 30 aos seus operários, e seus produtos ganharam muito espaço no mercado internacional, apesar da qualidade ruim. A Grendene tem tornado seu setor calçadista mais cearense. Atualmente, 58% de sua produção está no Ceará. No Estado, o custo da mão-de-obra é cerca de 30% menor que o das regiões Sul e Sudeste. A média salarial de um operário gaúcho é R$ 233, a do cearense é R$ 162. A chegada da Grendene a Sobral, em 93, mudou o perfil da cidade. Por meio dos salários dos seus 4.600 funcionários, a Grendene injeta, mensalmente, cerca de R$ 1 milhão na economia local, o que provocou um crescimento de 33% da arrecadação de ICMS local. Segundo Viana, nos últimos dois anos, a mão-de-obra no setor aumentou mais de 100%. LEIA MAIS sobre o indústria calçadista no Nordeste na pág. 2-6 Texto Anterior: A qualidade na saúde Próximo Texto: Lojas apostam na proximidade com os EUA Índice |
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