São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Médico mata charada e ganha papel no último capítulo

Chega ao final a primeira novela brasileira na Internet

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O médico Paulo Adilson Herrera, 29, residente em Londrina, conseguiu decifrar a charada de "O Moscovita", primeira novela brasileira na Internet. O capítulo final da novela foi veiculado ontem no Universo Online, serviço dos grupos Folha e Abril na rede mundial de computadores.
Por ter matado a charada, Herrera teve participação especial no último capítulo de "O Moscovita", ajudando o detetive Pascoal Fukuda a derrotar o vilão Boris Moska. E ainda ganhou de presente um computador Compaq Pentium. O endereço da novela na Internet é http://www.uol.com.br/novela.
Herrera disse que recorreu à Nova Enciclopédia Ilustrada Folha para decifrar a charada proposta na novela. "Logo no início eu percebi que tinha alguma coisa a ver com calendário. No capítulo oitavo, ao consultar a enciclopédia Folha, tive a certeza", afirmou.
A formulação da charada no capítulo oitavo foi "Os idos de março ficam a cinco meses dos idos que nunca foram. E, por enquanto, fica o ido por não ido". Na Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, Herrera encontrou no verbete sobre o calendário gregoriano a confirmação de suas suspeitas.
Ao criar o novo calendário, o papa Gregório 12 suprimiu dez dias do mês de outubro de 1582. Naquele ano, o mês de outubro saltou do dia 5 para o dia 16. Além de Herrera, mais 14 pessoas conseguiram decifrar a charada, mas ele foi o primeiro a enviar e-mail com a resposta correta.
"O Moscovita" estreou no Universo Online no dia 25 de novembro. A história, uma espécie de chanchada eletrônica com toques de suspense e erotismo, tem roteiro de Reinaldo Moraes, fotografias e manipulação digital de imagens de Cris Bierrenbach, direção de arte de Douglas Okasaki, produção de Marcos Alencar e edição e direção geral de Ricardo Anderáos.
Apesar de ter sido o responsável pela derrocada final do vilão, Paulo Herrera queria um "final feliz" para Boris Moska. Para ele, o detetive Pascoal Fukuda deveria "assumir logo seu lado homo e terminar com a Fofolete, deixando a Móreia a ver navios".
Quase todos esses desejos foram realizados: a novela acaba com Fukuda, o travesti Charlene Fofolete e a espiã Moira Moréia enamorados, dividindo a mesma cama. E o vilão Boris Moska escapa ileso à explosão de seu Tupolev causada por Herrera, pronto para uma possível continuação.

Texto Anterior: Cidade chega à maturidade da decoração natalina
Próximo Texto: Oficina celebra Natal com Artaud
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.