São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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CONTRA AS CHEIAS

A cidade de São Paulo entrou em mais uma estação de chuvas sem que houvesse, da parte do governo do Estado, alguma ação concreta para ao menos minimizar o problema das enchentes no município. Até mesmo o desassoreamento do rio Tietê, uma atividade básica, foi interrompido, segundo o governo por uma mistura de falta de dinheiro e existência de contratos irregulares.
Assim, é animadora a informação de que a administração estadual finalmente elaborou um conjunto de obras para evitar que os grandes rios que cortam a capital continuem a sofrer com o alto índice pluviométrico característico do verão paulistano.
O anúncio da construção de tanques de retenção na cabeceira de rios e córregos é aparentemente um avanço na política de prevenção de enchentes. Como os "piscinões" projetados pela prefeitura, trata-se de uma alternativa que, se bem administrada e acompanhada de outras medidas, pode ser uma colaboração efetiva no combate ao problema.
Mas as enchentes -inerentes às grandes cidades, por causa da impermeabilização do solo- exigem um trabalho ainda mais amplo. Por isso é igualmente animador verificar que houve uma aproximação entre os governos estadual e municipal para buscar alternativas ao quadro atual.
À prefeitura cabem hoje tarefas tão simples como essenciais, com destaque para a limpeza das ruas e a desobstrução de bueiros. Mas o resultado obtido não tem sido nada satisfatório, o que gerou críticas do prefeito eleito, Celso Pitta, ao trabalho das administrações regionais.
Neste mês de dezembro, a população paulistana já experimentou por várias vezes os efeitos nocivos da falta de investimentos aliada ao descaso na área da limpeza urbana. Espera-se que Estado e prefeitura se unam agora não na omissão, mas na busca conjunta de iniciativas eficazes.

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