São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SP decide vender Fepasa

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo paulista pretende passar para a iniciativa privada, até a metade de 97, a concessão de serviços hoje prestados pela Fepasa -a rede ferroviária do Estado.
Só com o transporte de carga, considerado o principal filão da empresa, o governo espera arrecadar pelo menos R$ 250 milhões. O valor engloba a concessão do serviço e o arrendamento das linhas férreas, trens etc.
Se os planos do governo se concretizarem, a empresa, que há dois anos tinha 17 mil funcionários e produzia um prejuízo anual de R$ 100 milhões, se transformará no departamento estadual de estradas de ferro, com 80 funcionários.
O departamento será subordinado à Secretaria dos Transportes e cuidará do controle e fiscalização dos serviços, depois da transferência para a iniciativa privada.
O processo começará, na prática, em janeiro, com a escolha -por meio de licitação- da empresa que avaliará a Fepasa. O governador Mário Covas (PSDB) já assinou o decreto liberando a empresa para a privatização.
A atividade de carga gera, atualmente, um lucro de R$ 500 mil por mês, segundo o presidente da Fepasa, Renato Pavan. Já o transporte de passageiros produz um prejuízo mensal de R$ 3 milhões.
Segundo Pavan, a desvantagem do transporte de passageiros seria compensada com a exploração comercial de 26 estações em cidades importantes do Estado.
O secretário-adjunto dos Transportes, Sebastião Hermano Leite Cintra, disse que a decisão sobre a venda separada ou conjunta das atividades depende do parecer da empresa que avaliará a Fepasa.
Já está definido que a concessão será por 30 anos. Estudos preliminares indicam que serão necessários investimentos de R$ 780 milhões em 20 anos para manter a atividade de carga rentável.
As demais atividades da Fepasa foram desmembradas e serão distribuídas para outros órgãos do governo. Os bens imóveis, por exemplo, que somam R$ 1,75 bilhão, deverão ser vendidos pela CPA (Companhia Paulista de Ativos) a partir de fevereiro.
O patrimônio histórico, com 420 estações e vários prédios tombados, passará para um instituto para preservação da memória ferroviária, que será criado em março.
Até agora, a Fepasa demitiu 8.100 funcionários. Outros 2.400 serão demitidos até meados de 97. A parte de cargas concentra o maior número de trabalhadores: 5.780. Todos deverão ser absorvidos pelos novos concessionários do serviço.

Texto Anterior: Presidente do STF cobra fim do nepotismo
Próximo Texto: BC mantém intervenção no Banespa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.