São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 1996
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Gravidez precoce esteriliza jovem

DA SUCURSAL DO RIO

Pela primeira vez, adolescentes esterilizadas existem em número suficiente para fazer parte de uma estatística. Segundo pesquisa da Bemfam (Sociedade Civil de Bem Estar Familiar), 0,4% de jovens entre 15 e 19 anos não têm mais condições de ter filhos.
A maioria dessas esterilizações, segundo supõe a coordenadora de Estudos Populacionais do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Ana Amélia Camarano, se dá por complicações de gravidezes precoces.
"Podem ser abortos voluntários ou até mesmo complicações de abortos provocados", diz Camarano. Ela diz que o maior índice de esterilização ocorre na região Centro-Oeste do país.
Camarano não acredita que seja expressivo, nessa faixa etária, o número de jovens que tenham sido esterelizadas por ligadura de trompas.
O médico José Leonídio Pereira, da Maternidade Escola da UFRJ, que tem setor especializado em gravidez de adolescentes, diz que além das complicações de abortos, as jovens são pouco informadas.
"Muitas pegam doenças venéreas seguidamente e acabam esterilizadas", diz. Há também o caso de jovens até 18 anos que já estão na terceira gravidez e que sofrem ligadura de trompas depois disso.
A Maternidade Escola está fazendo um programa em escolas de Jacarepaguá (zona oeste), procurando educar as jovens a se proteger de doenças sexualmente transmissíveis e evitar a gravidez.

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