São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 1996
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Dados palpáveis

ARTHUR VIRGÍLIO NETO

O balanço dos dois primeiros anos do governo Fernando Henrique Cardoso é extremamente positivo. A inflação, que já foi de 5.000% nos tempos do caos, caiu para algo em torno de 10%, média dos índices dos vários institutos entre novembro de 95 e novembro de 96. O preço da cesta básica decresceu. Idem no que se refere ao custo dos serviços médicos e das mensalidades escolares.
O consumo de alimentos e de bens duráveis e semiduráveis aumentou consideravelmente. Cito, por exemplo, ovos (16,4%), frangos (16,6%), conservas (40,1%) e congelados (32,8%).
As lojas venderam, em média, 66,07% mais aparelhos eletrodomésticos, sendo 103% a mais no segmento de imagem e som. A produção de automóveis, aliás, é recorde -1,680 milhão de unidades.
As pessoas mais pobres, por mais que isso irrite e desarme os profetas da infelicidade, estão comendo mais e melhor. A inflação caiu e, consequentemente, o poder aquisitivo do brasileiro aumentou. Os 43,4 milhões de brasileiros que viviam sob a linha da pobreza viraram 30 milhões em 1995. O rendimento médio mensal dos 10% mais pobres da população passou de R$ 24,00 para R$ 48,00 dois anos após.
Estagnado entre 90 e 92, o PIB recomeçou a subir em 93. As taxas de juros, que chegaram a absurdos 4,26% em março de 95, alcançaram 1,8% em novembro deste ano. E ainda vão desabar mais, a depender do equilíbrio das contas públicas e da implantação das reformas. Entre 90 e 92, apenas 15 empresas foram privatizadas, produzindo receita de R$ 3,5 bilhões. Já no biênio 93/94, 18 estatais foram leiloadas, e mais 18 em 95/96, com receita de R$ 5,5 bilhões.
A abertura econômica prosseguiu com firmeza e sensatez. As importações, que têm provocado déficit tolerável na balança comercial, são, em boa parte, dedicadas à compra de máquinas, equipamentos e tecnologias, preparando o caminho para tornar nossos produtos mais competitivos.
Os investimentos estrangeiros ultrapassaram US$ 10 bilhões, de janeiro a outubro de 96. As reservas internacionais bateram recorde, atingindo em apenas dez meses US$ 58,6 bilhões.
O valor real do benefício da Previdência subiu 39%. A política de renda mínima já beneficiou mais de 500 mil pessoas. Entre 94 e 96, a descentralização da saúde avançou e beneficia hoje mais de 3.000 municípios. A mortalidade infantil no Nordeste caiu 40% entre 94 e 95.
Na educação, 32 milhões de alunos em 200 mil escolas receberam 110 milhões de livros didáticos; 34 milhões de crianças tiveram acesso à merenda escolar neste ano; 40 escolas adquiriram "kits" da "Tevê/Escola", aparelhando 1,5 milhão de professores e 24 milhões de alunos. E o Fundo de Valorização do Magistério representa investimento aluno/ano mínimo de R$ 300,00.
Balanço positivo, portanto, que contingenciei no espaço cedido pela Folha. Não me perdi no jogo retórico, limitando-me a oferecer dados palpáveis à análise dos leitores. Ao meu lado, nesta página, esforçando-se para falar contra, alguém estará repetindo velhos slogans e "enchendo linguiça". Para mim, bem ao contrário, não foi nada difícil defender o governo, que ajudei a eleger exatamente para reformar estruturalmente a economia, a política e a vida do país.

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