São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Missões espaciais vão estudar Marte
JOSÉ REIS
Mais tarde, uma sonda "Viking" pousou no planeta vermelho, seguida, meses depois, por outra. Pretendia-se varrer toda a superfície do planeta. Em 1993, a "Observer" retomou a corrida a Marte, interrompida desde 1976. Mas essa sonda não foi feliz e explodiu no espaço. Nesse intervalo, a Nasa passou por profundas modificações em sua estrutura e em sua filosofia de trabalho. Para realizar a tarefa de modificar a Nasa, foram buscar um executivo da indústria particular, Daniel Goldin, que logo pôs mãos à obra e baniu os novos vôos tripulados, estabelecendo a política de sondas, a primeira das quais seria a "Mars Global Surveyor", lançada no começo de novembro. A "Global Surveyor" deve circular em torno de Marte por dois anos: estudará a geologia e o ambiente e servirá de transmissor de sinais de uma sonda que a Rússia esperava lançar no dia 16 de novembro. A orbitagem da "Surveyor" foi toda especial. Para economizar combustível na manobra de entrada em órbita, a "Surveyor" penetrou na atmosfera do planeta, obtendo a perda de velocidade necessária para entrar em órbita. O engenho russo, entretanto, não teve boa sorte. Uma série de defeitos, segundo alegam os especialistas, contestando a versão oficial de um defeito único, fez a sonda "Marte 96", em vez de seguir a trajetória prevista, cair vertiginosamente no fundo do Pacífico. Na opinião de críticos, esses defeitos ocorreram por uma simples causa: a deterioração da agência espacial russa, que vinha sendo encoberta. A sonda russa deveria despachar quatro engenhos para a superfície do planeta, dois dos quais com perfuradores capazes de analisar rochas dentro do solo. Toda essa aparelhagem brilhante, com os 270 g de plutônio que a sonda transportava, ficaram como indelével marca e talvez o fim do programa nuclear russo. Para 2 de dezembro, ficou marcado o lançamento de uma segunda sonda norte-americana, a "Pathfinder", que descerá diretamente na superfície do planeta. A sonda abrirá um grande engradado que deverá levar, contendo uma espécie de jipe-robô de seis rodas, que explorará o terreno, monitorado da Terra. Está marcado para 2001 um encontro de representantes norte-americanos e russos para debater pormenores de uma nova missão a Marte, que poderá usar o jipe que se acha estocado na agência espacial russa. Não se sabe se o acidente com a "Marte 96" e a difícil situação da astronáutica russa permitirão levar adiante o programa. Texto Anterior: Por que o alumínio não oxida em contato com a água? Próximo Texto: FUMAR BEBER COMER Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |