São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Nova líder do PT critica acordo de Vicentinho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A deputada Sandra Starling (MG), nova líder do PT na Câmara, defendeu ontem uma atuação da bancada petista desvinculada da CUT (Central Única dos Trabalhadores), pelo menos em alguns pontos da reforma da Previdência.
Ela não concorda com a troca do tempo de serviço pelo tempo de contribuição no cálculo da aposentadoria do trabalhador.
Esse é um dos pontos do acordo das centrais sindicais com o governo, fechado com a participação do presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
"Ele dirige a central sindical como deseja, da mesma forma que eu não quero que ele intervenha na liderança", afirmou.
Ontem, em sua primeira entrevista como líder do partido, Starling manifestou a discordância com o presidente da CUT afirmando que 50% da força de trabalho está no mercado informal ou não possui carteira assinada.
Sandra Starling disse que o partido não será transformado num braço político da CUT.
Vicentinho, quando fechou o acordo com o governo, também defendeu que a CUT não funcionasse como braço do PT.
Ela prevê que terá, como mulher, um bom "jogo de cintura" no Congresso. "Melhor do que o dos meus dois antecessores, ambos homens", brincou. Ela assume a liderança no lugar de Jacques Wagner (BA), que, por sua vez, sucedeu José Fortunatti (RS).
Segundo a deputada, Jacques Wagner assumiu a liderança do partido enfrentando uma situação desfavorável para a oposição, porque havia uma espécie de lua-de-mel com o governo Fernando Henrique Cardoso.
"Tenho a meu favor as mazelas, que começam a aparecer" afirmou Starling, que foi eleita a nova líder anteontem.

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