São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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São Paulo tem central de vagas

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a médica Tânia Lago, 40, representante do Estado no Conselho Estadual da Condição Feminina, as estatísticas sobre mortalidade materna em São Paulo não dão a real dimensão do problema.
Segundo ela, apesar de 70% das grávidas do Estado passarem ao menos por uma consulta antes do parto, os óbitos são ainda duas vezes maiores que os dados oficiais.
Grande parte das mortes maternas no Estado acontece porque a paciente é obrigada a procurar uma vaga em um hospital na hora do parto. Se o hospital está lotado, ela tem que percorrer outros.
Para tentar resolver esse problema, o Estado criou em 1º de dezembro uma central de vagas para parto -em vez da parturiente rodar atrás de um leito, o hospital faria isso por ela. Mas, segundo enfermeiras de posto de saúde, esse sistema ainda não funciona.
Mesmo quando a mulher consegue um hospital rapidamente, o médico que a atende não acompanhou seu pré-natal e desconhece seus problemas. "É preciso regionalizar o sistema e assim estabelecer uma relação entre o pré-natal e a maternidade", diz Tânia.
Hoje, em São Paulo, a maior causa de mortes de mães é a hipertensão, doença facilmente detectável se uma mulher consultar um médico no início de sua gravidez.

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