São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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EUA reduzem taxa de juros para 5,25%

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA; CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DE WASHINGTON

O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu as taxas de juros do país ontem, pela segunda vez em dois meses.
A redução foi de 0,25 ponto percentual, como no mês passado. A taxa de curto prazo passou de 5,5% para 5,25% ao ano.
Segundo o comunicado que anunciou a decisão, "um pequeno afrouxamento da política monetária é consistente com inflação controlada e crescimento sustentado".
O presidente Bill Clinton elogiou a decisão: "Nós acreditamos que a economia vai se manter saudável em 1996 e a redução das taxas de juros vai nesse sentido".
A queda da taxa de juros nos EUA tem duas consequências para as contas externas brasileiras, uma positiva, outra duvidosa.
A positiva: ficam mais baratos os empréstimos tomados pelo governo e por empresas brasileiras no mercado norte-americano.
A outra consequência é a seguinte: taxas de juros menores tornam menos atraentes as aplicações financeiras nos EUA e os investidores passam a procurar outros mercados, entre os quais, o Brasil.
As altas taxas de juros do mercado brasileiro tornaram-se proporcionalmente ainda mais atraentes para o investidor externo.
O problema é que nesse movimento vem muito capital de curto prazo, que vai embora tão rápido quanto chega. E, no momento, a economia brasileira sofre não por falta de dólares, mas por excesso.
O excesso se transforma em dívida pública. Os dólares são convertidos em reais e, depois, para reduzir a quantidade de dinheiro em circulação, o governo vende títulos e recolhe os reais. Aumenta assim seu endividamento e sua despesa com juros.
Também ontem foi divulgado o índice da inflação dos EUA em dezembro: 0,5%, como em novembro. Embora essas taxas sejam consideradas altas, a maioria os economistas acha que elas são episódicas, não estruturais.

Colaborou CARLOS ALBERTO SARDENBERG, da Reportagem Local

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