São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Medida pode favorecer o Brasil

CELSO PINTO
COLUNISTA DA FOLHA

O corte, ontem, de mais 0,25 ponto percentual nos juros básicos dos Estados Unidos vai reforçar ainda mais a atração dos juros pagos por países emergentes, como o Brasil, para investidores internacionais.
Este foi o terceiro corte desde julho do ano passado, totalizando 0,75 ponto percentual, e não deverá ser o último, já que a economia norte-americana continua patinando.
Isso quer dizer que, no horizonte visível, não deverá haver problema para encontrar interessados no mercado internacional em financiar o déficit em conta corrente do Brasil.
A combinação entre a crise do México e a elevação dos juros norte-americanos entre o final de 1994 e o início do ano passado, provocou uma perda de US$ 10 bilhões nas reservas brasileiras e a primeira forte desvalorização do real.
A atual tendência de baixa dos juros norte-americanos não quer dizer, contudo, que os investidores internacionais estão dispostos a dar carta branca permanente ao desequilíbrio brasileiro.
O déficit em conta corrente do ano passado, de 3% do PIB (Produto Interno Bruto), já está no limite superior do que se considera prudente no mercado. Principalmente se ele vier acompanhado de um déficit público em torno de 4% do PIB, como ocorreu em 95.
A conjuntura internacional favorável dá ao Brasil um certo tempo para melhorar suas contas. Elas terão que estar na direção certa quando o sinal dos juros externos voltar a ser de alta.

Texto Anterior: EUA reduzem taxa de juros para 5,25%
Próximo Texto: Muito foguete para nada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.